A Fifa garante que Luis Suárez, jogador do Uruguai acusado de ter mordido o zagueiro Chiellini no jogo contra a Itália, na última terça-feira, terá espaço para se defender. Em declarações nesta manhã no Maracanã, a entidade explicou que os uruguaios terão até 17 horas desta quarta-feira para apresentar sua argumentação e só depois o Comitê de Disciplina da Fifa vai avaliar o caso.
A Fifa confirma que abriu investigações em relação ao comportamento de Suárez no confronto que eliminou a Itália da Copa do Mundo. “Não temos ainda todos os elementos para tomar uma decisão”, declarou Delia Fischer, porta-voz da entidade. “O jogador tem o direito de ser ouvido”, disse.
Pelas regras, o atacante pode pegar até três jogos de suspensão, o que o tiraria de um eventual confronto com o Brasil numa disputa de quartas de final. Mas a entidade, se considerar que o ato de Suárez foi uma agressão deliberada, pode ampliar a punição e o banir por todo o Mundial.
Segundo Delia Fischer, o Comitê de Disciplina da Fifa é um órgão independente. “Não cabe especulação neste momento”, disse. “Primeiro, a entidade terá de definir em que situação o jogador será julgado”, completou.
A punição máxima que a Fifa estabelece para um jogador é de 24 partidas de suspensão ou dois anos. Mas o máximo que foi aplicado na Copa do Mundo foi uma suspensão de oito jogos contra o italiano Mauro Tassotti por ter quebrado o nariz de Luis Enrique, da Espanha, em 1994.
O vice-presidente da Fifa, Jim Boyce, pediu também uma “punição exemplar” contra o uruguaio que atua pelo Liverpool. “Vi o incidente várias vezes pela televisão. Não existe dúvida de que ele é um jogador fantástico. Mas, uma vez mais, suas ações o deixam exposto a críticas severas”, disse. “A Fifa precisa investigar o incidente de forma séria e tomar as medidas que sejam necessárias”, completou.
Essa é a terceira vez que Suárez morde um adversário dentro de campo. A última, antes deste episódio envolvendo Chiellini, aconteceu em abril, na Inglaterra, e o jogador pegou dez jogos de suspensão.
