Os jogadores de futebol vão ganhar mais poder na hora de finalizar seus contratos com clubes que atrasam salários ou que causam constrangimentos aos atletas, segundo acordo costurado entre a Fifa e a FIFPro, o sindicato mundial dos jogadores. O acerto foi oficializado por ambas as partes nesta segunda-feira.
Segundo as novas regras estabelecidas entre as duas entidades, atletas poderão encerrar seus contratos de forma unilateral se não receberem salários por dois meses seguidos ou se forem vítimas de alguma situação de abuso por parte dos dirigentes do clube, caso de punições pelas quais jogadores treinam sozinhos, afastado dos demais companheiros.
A permissão para os jogadores finalizarem seus contratos sob estas condições era um pedido antigo da FIFPro, entidade com sede na Holanda que representa mais de 60 mil jogadores pelo mundo. A Fifa aceitou a solicitação mas pediu como contrapartida o abandono de uma ação que o sindicato iniciou na Comissão Europeia, em 2015. A ação criticava o atual sistema de transferência da entidade máxima do futebol e cobrava mudanças.
“Enquanto os clubes dos campeonatos mais ricos tratam muito bem os seus jogadores, há ligas nas quais os direitos trabalhistas dos atletas são rotineiramente ignorados”, declarou Philippe Piat, presidente da FIFPro.
O sindicato alega que com frequência jogadores de futebol ficam amarrados a clubes mesmo quando estão com seguidos salários em atraso. Além disso, há casos de constrangimento e assédio moral por parte de clubes na tentativa de intimidar atletas.
A FIFPro diz ter pesquisa de 2016 que revela que 41% dos jogadores ouvidos (na casa dos milhares) sofreram com salários atrasados nos últimos dois anos. Houve casos de greve na Argentina, Espanha e até no Brasil, em casos pontuais, em clubes menores.