A Fifa resolveu abafar qualquer investigação contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. “Não há absolutamente nada contra ele”, disse à Agência Estado o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, ao deixar a coletiva de imprensa, neste domingo, em Zurique. Teixeira havia sido citado por David Triesman, ex-cartola britânico, como tendo pedido favores em troca de seu voto pela Inglaterra para sediar a Copa do Mundo de 2018.
Para fechar o caso, a Fifa resolveu ignorar a declaração de Triesman, apesar de tê-las dito sob juramento diante do Parlamento inglês. Na última sexta-feira, a Fifa recebeu um dossiê completo das alegações e, segundo Valcke, os documentos concluíram que não há nada provado contra o presidente da CBF. Diante disso, a entidade não dará seguimento ao processo.
A base da decisão de não investigar foi o fato de que a acusação não foi confirmada por outros delegados da entidade de futebol na Inglaterra. A palavra de Triesman, ex-diplomata e ex-presidente da Associação de Futebol da Inglaterra, foi assim considerada como isolada e suas declarações sob juramento não foram levadas em consideração. Triesman havia dito que, em um jogo da seleção no Catar em 2009, Teixeira teria insinuado a troca de favores.
Valcke não disse quais eram as provas que inocentaram Teixeira e nem aceitou entregar o dossiê que havia recebido. “Quando essas alegações surgiram, pedimos à Associação de Futebol (da Inglaterra) que nos enviassem as informações. Teixeira está completamente limpo”, disse o secretário-geral da Fifa.
Segundo ele, os investigadores tomaram as acusações de Triesman e confrontaram outras três pessoas sobre o mesmo assunto. Como não confirmaram a informação, decidiram que estava na hora de fechar o caso. “As alegações eram fortes. Mas não estão claras no relatório que recebemos. Não parece que o que fizeram era tão errado como foi dito”, disse Valcke.
No Brasil, uma CPI (Comissão parlamentar de Inquérito) foi ensaiada contra Ricardo Teixeira. Mas também foi derrubada. O presidente da CBF apenas terá de dar explicações por escrito.