A Rússia está evitando cometer os erros do Brasil. Essa foi a mensagem que os inspetores da Fifa deram nesta segunda-feira durante a visita aos estádios que o país está construindo ou reformando, sem atrasos até agora, para a Copa do Mundo de 2018. Mesmo que não tenham ocorrido grandes problemas durante a Copa do Mundo no Brasil, as obras dos estádios atrasaram, com alguns deles recorrendo ao uso de instalações temporárias durante o torneio.
Na Rússia, as coisas são diferentes, disse Chris Unger, inspetor da Fifa, nesta segunda-feira, quando ele visitou o Luzhniki Stadium, em Moscou, que sediará a final em 2018. “Como ouvimos hoje, eles parecem estar à frente da programação, o que é bom para todos, porque quanto mais cedo eles terminarem, mais cedo podemos começar os testes”, disse.
No início de sua visita de cinco dias pelos estádios, Unger disse que a nova arena de São Petersburgo, com capacidade para 69 mil pessoas e que sediará uma semifinal em 2018, está no caminho certo para ser inaugurada em 2016 e sediar jogos da Copa das Confederações um ano depois.
Enquanto isso, uma disputa sobre a cobertura do Estádio Olímpico de Sochi foi resolvida, facilitando os preparativos. Unger disse que os inspetores foram informados de que a cobertura vai ser removida.
Mas se Unger focou a sua visita no futuro esportivo da Rússia, marcas do passado também estavam presentes. Do outro lado do Luzhniki Stadium, torcedores do Spartak Moscou deixavam buquês para lembrar o 32º aniversário do pior desastre esportivo da Rússia, quando, em 1982, ao menos 66 torcedores morreram em partida da Copa da Uefa. Unger também se recusou a falar de assuntos com conexão política, repetidamente se evitando comentar sobre os problemas da Rússia com o racismo nos jogos de futebol.
Ele defendeu a decisão da Fifa de enviar inspetores para três estádios concluídos, mas não a sete arenas que mal começaram a construção. Esses estádios, todos em cidades do interior da Rússia, receberão “inspeções virtuais” que Unger garantiu que serão rigorosas. “Não é algo que vamos embora dizendo: ‘Nós vimos os planos, agora estamos satisfeitos'”, disse. “É um processo. Voltamos, veremos que progresso foi feito, se os planos estão precisos”.