A Fifa elogiou a campeã Espanha na sua análise oficial da Copa do Mundo, divulgada nesta quinta-feira, e disse que os países africanos perderam a chance de fazer uma boa campanha em casa no torneio por terem utilizado treinadores estrangeiros. O relatório também criticou os goleiros por cometerem “erros inexplicáveis”, mas encobertou as falhas de arbitragem, que ajudaram a eliminar algumas equipes.
Ele também questionou se muitos jogadores estavam cansados depois de longas temporadas. A vitória por 1 a 0 da Espanha, na prorrogação, sobre a Holanda, que foi muito criticada pela postura violenta na final, foi descrita apenas como “cheia de faltas, principalmente pelos holandeses”.
A Fifa montou uma equipe de técnicos experientes e ex-jogadores para analisar os 64 jogos, táticas, tendências e observações, que renderam um documento de 289 páginas. Concluiu-se que a Espanha produziu “um futebol fantástico, altamente atrativo”, disse Jean-Paul Brigger, diretor técnico do Grupo de Estudo da Fifa.
“Os espanhóis atuam de forma compacta, são muito combativos e correm muito. Os meio-campistas Xavi, Iniesta e Xabi Alonso se movimentam muito no meio de campo e jogam um bom futebol. Eles têm muita qualidade e também se esforçam muito. É uma seleção completa. Quase já pode ser considerado um dos grandes times do século”, afirmou Brigger, ao site oficial da Fifa.
A entidade avaliou que algumas seleções sentiram a pressão da expectativa criada para o torneio e citou as seis seleções africanas. Cinco delas, tinham treinadores estrangeiros. “As chances de sucesso dos treinadores foram limitadas pelo fato de que
muitas vezes não se identificam totalmente com a cultura africana, mentalidade e estilo de vida ou conheciam muito pouco sobre esses fatores”, disse.
Os goleiros foram criticados por “não manter um bom nível”, não controlar a área, não se comunicar com seus companheiros e falhar ao tentar defender as finalizações. Um dos fatores que pode ter afetado os goleiros é “a incrível velocidade” da bola Jabulani, mas o relatório afirma que alguns goleiros simplesmente não souberam usar seu corpo corretamente.
Em outra parte do relatório, a Fifa defendeu os árbitros e destacou que 142 dos 145 gols anotados foram validados corretamente. “Está claro que houve erros, alguns sérios. Estes erros não foram ocultados nem são justificados, mas foram analisados meticulosamente para aprender com eles e melhorar no futuro”.