O presidente da Fifa, Gianni Infantino, garante que uma Copa do Mundo com 48 seleções irá aumentar a qualidade do torneio, em uma resposta aos críticos que, nos últimos dias, têm atacado a ideia de um Mundial expandido. Ele indicou que uma decisão final ficará para janeiro. Mas já garantiu que as futuras edições da Copa ocorrerão em “múltiplos países” como forma de evitar “elefantes brancos”.

continua após a publicidade

Nesta quinta-feira, cada um dos dirigentes recebeu dez propostas diferentes da cúpula da Fifa, com opções sobre como reformar o Mundial e ter o torneio em até 39 dias. Ainda que a proposta de 48 seleções enfrente resistência, ela é a preferida de Infantino.

continua após a publicidade

O temor de muitos dirigentes é de que a qualidade do evento caia. Mas, para o presidente, o investimento de US$ 4 bilhões ao longo de dez anos mudaria esse cenário e tornaria mais competitivos times que atualmente são inexpressivos.

continua após a publicidade

Além disso, ele garante que a primeira reação dos dirigentes diante de sua proposta foi “positiva”, nesta quinta. “Precisamos ver se ficamos em 32 ou se vamos para 40 ou 48 seleções, que é o nosso foco”, disse Infantino. “Ainda precisamos fazer nossa lição de casa”, afirmou.

Mas o presidente da Fifa rejeita a tese de que uma Copa com 48 diluiria a qualidade do torneio. “Pelo contrário, o nível do futebol melhoraria, e não pioraria”, insistiu. “Com 48 times, uma eliminatória inicial permitiria que só os melhores fiquem, o que elevaria o nível da competição”, declarou. “Só os melhores 32 ficariam”, afirmou, lembrando que a expansão “funcionou” para a Eurocopa.

Pela proposta, um mata-mata inicial seria organizado com 32 times. Apenas 16 deles passariam e encontrariam outras 16 seleções para o restante do torneio. A partir desse momento, a Copa voltaria a ter um formato tradicional, com grupos divididos com quatro equipes cada numa fase inicial.

ELEFANTES – Infantino ainda deixou claro que a decisão de repartir o evento em mais de um país tem como meta reduzir o peso sobre cada uma das sedes. Depois de o “Padrão Fifa” causar polêmica no Brasil, ele sabe que precisa adotar uma nova postura para for levar o torneio.

“Hoje, exige-se muito para ter uma Copa”, disse. “Mas sabemos de nossa responsabilidade e queremos no futuro que sejam eventos sustentáveis. Por isso, queremos mais de uma sede, o que permitiria que as exigências que ficariam em um só país possam ser repartidas. Não podemos ter elefantes brancos e queremos que apenas se construa o que de fato precisa ser erguido”, completou.

Até janeiro de 2017, dirigentes, emissoras e patrocinadores debaterão as propostas que valeriam a partir de 2026.

Algumas das ideias ainda se referem a uma Copa do Mundo com 40 seleções, a opção preferida da CBF e de algumas grandes federações. Pelo projeto, esse modelo poderia ser organizado com dez grupos de primeira fase, com quatro times em cada. O primeiro colocado em cada um deles se classificaria automaticamente para as oitavas-de-final, enquanto os seis melhores segundos colocados também passariam.

Uma outra opção seria a de ter oito grupos com cinco equipes. Por esse modelo, os dois primeiros passam de fase. Nesses casos, a Copa teria cerca de 33 ou 34 dias.

No caso de uma expansão para 48 seleções, o torneio se prolongaria por mais tempo, chegando a 39 dias. Mas, com um calendário mundial já apertado, não são poucos os clubes que prometem fazer campanha contra uma Copa que dure mais de cinco semanas do ano.