Qual a real condição dos estádios brasileiros e o que é necessário fazer para adaptá-los às exigências da Fifa até a Copa do Mundo de 2014? Em busca da resposta, o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) está elaborando um estudo completo sobre as principais praças esportivas do País. Uma comissão do sindicato está correndo o Brasil, vistoriando todos os estádios dos 18 municípios candidatos a receber o mundial de futebol. ?Já visitamos as cidades do Nordeste, do Sul e Brasília. Semana que vem estaremos no Norte e depois em São Paulo, Rio e Belo Horizonte?, diz Rodrigo Prado, assessor do Sinaenco.
O estudo será concluído até o dia 23 de outubro, quando será apresentado no 8.º Encontro Nacional de Arquitetura e Engenharia (Enaenco), que será realizado em Brasília. A idéia é utilizá-lo como um guia para empresários e investidores. ?Para as empresas de arquitetura e engenharia, a Copa é uma imensa oportunidade de negócios. Queremos traçar um horizonte, avaliando quais as praças mais viáveis?, explica Prado. O resultado também será entregue à CBF.
A intenção do Sinaenco é um trabalho mais completo e objetivo que o da comissão da Fifa que está visitando o País. ?A vistoria da Fifa é muito superficial. Eles estão vendo apenas o que as cidades e os governos querem mostrar?, afirma Prado.
Arena na frente
Após visitar tantas cidades e estádios, o Sinaenco está confirmando a impressão geral: o Brasil terá muito trabalho antes de ficar pronto para a Copa. ?Na grande maioria dos estádios, levantamos questões de falta de manutenção e falhas de projeto. Quase todos estão inadequados em relação a banheiros, vestiários, camarotes e instalações para a imprensa. Também verificamos que alguns são muito agressivos na divisão de torcidas, com grades e arames. Tratam o torcedor como bicho?, constata Prado.
Ele confirma que a Arena da Baixada é mesmo o estádio mais próximo das exigências da Fifa. ?Quando entramos, já percebemos a diferença. Pelo projeto arquitetônico e instalações, ela está muito mais próxima ao que vemos na Europa?, avalia. Porém, mesmo o estádio do Atlético apresenta alguns problemas. ?Hoje a Arena tem quatro pontos cegos, ao lado das pilastras. Cada um deles tira a visão de cerca de 100 lugares. Se o estádio for concluído nos mesmos moldes, esses pontos serão oito. Então, talvez precise de algumas adaptações, para que chegue a 40 mil lugares com boa visibilidade?, alerta.
A Vila Capanema e o Couto Pereira também receberam a visita do Sinaenco. ?Os estádios que não receberam jogos podem ser usados pelas seleções para treinos. Todos têm que se adaptar?, conclui Prado.