Envolta no maior escândalo de corrupção de sua história, a Fifa anunciou neste domingo a suspensão provisória de dois de seus mais influentes dirigentes. Acusados de suborno, o presidente da Confederação Asiática e candidato à presidência da Fifa até um dia antes, Bin Hammam, e o presidente da Concacaf e vice da Fifa, Jack Warner, estão afastados temporariamente do futebol.

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A decisão do comitê de ética da Fifa, anunciada neste domingo em entrevista coletiva na Suíça, acontece três dias antes da eleição para a presidência da entidade, que será normalmente realizada em 1.º de junho próximo. Hammam, tido como o principal responsável pela escolha do Qatar como sede da Copa de Mundo de 2022, era o único candidato de oposição à Joseph Blatter, que tenta a reeleição.

Membro do comitê executivo da Fifa, o norte-americano Chuck Blazer denunciou que Hammam e Warner ofereceram U$ 40 mil em suborno para delegados na reunião dos 25 membros da Associação Caribenha de Futebol, em 10 e 11 de maio. Os pagamentos assegurariam votos em Hammam no pleito da Fifa.

O dirigente do Qatar nega todas as acusações a aponta que há um complô na Fifa para tirá-lo da disputa presidencial, mas abdicou de sua candidatura antes mesmo da reunião do conselho de ética da entidade. Ele rebateu pedindo que o órgão investigasse suposto suborno praticado por Blatter, mas o pedido foi indeferido por falta de indícios.

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Se considerado culpado no julgamento definitivo do conselho de ética, Hammam poderá ser expulso do futebol, impedido de exercer qualquer cargo em entidades ligadas à Fifa clubes, federações, confederações, associações…). Em seu site pessoal, o dirigente mostrou-se irritado.

“Não posso permitir que o meu nome seja cada vez mais jogado na lama por causa da competição entre dois indivíduos. O esporte em si e as pessoas que o amam em todo o mundo têm que vir primeiro. É por esta razão que eu anunciei minha retirada da eleição presidencial. Eu rezo para que meu pleito não seja vinculado à investigação realizada pelo comitê de ética da Fifa”, escreveu Hammam.

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Franz Beckenbauer, que deixa o comitê executivo da Fifa na semana que vem, chamou o escândalo de um “desastre no futebol”. “Eu espero que em 1.º de junho a eleição acabe, que a discussão sobre corrupção se encerre e a Fifa volte ao normal.”