Todos ainda têm em mente o seqüestro do publicitário Washington Olivetto, ocorrido no primeiro semestre deste ano. O ato, como se divulgou mais tarde, foi de autoria de Maurício Norambuena que, uma vez preso, deu várias entrevistas aos meios de comunicação de massa.

Quando o jornalista de O Estado de S. Paulo quis saber por que as regras do cativeiro de Olivetto eram tão rigorosas, Norambuena explicou que fez treinamento em Cuba. E contou: “Nos anos 80, como rodriguista, tive a oportunidade, como muitos chilenos de diferentes organizações da esquerda, de receber preparação em Cuba, como parte do esforço solidário daquela revolução para o povo chileno, que lutava contra a ditadura.”

Tanto é verdade que em 1986 Norambuena tomou parte no plano “de emboscada para justiçar o tirano” (nas suas palavras) realizado por um coletivo da direção da frente, José Joaquim Valenzuela Levi, o “Comandante Ernesto”. Sobre o fato de esse plano ter fracassado ele alegou que isso foi devido com o mais importante detalhe do plano, ou seja, a qualidade dos armamentos empregados.

O curioso é que esse grupo que quer a morte de Pinochet, porque ele foi um ditador, não se constrange em receber auxílio, orientação e apoiar outro ditador, não tão simples como Pinochet, mas o maior ditador da história, como é o chefe cubano.

Esse chefe, aliás, teve a ambição de se transformar num chefe do comunismo mundial, para o que primeiro tentou expandir o regime comunista para outros países. Foi uma aventura que custou caro aos cofres cubanos e que, bem por isso, além de ter fracassado, fez esse fracasso refletir em Cuba, onde hoje, ainda boa parte da população vive na mais completa miséria. Miséria, que, todavia, não atinge aos amigos de Fidel.

PS – “Em 1964 eu imaginava que a ideologia comunista motivava a metade dos problemas brasileiros. Depois constatei que 95% deles se relacionavam com a corrupção e 5% com a ideologia.”

Júlio de Sá Bierrenbach, ex-ministro do Supremo Tribunal Militar.

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