Suzuka – Já está nas mãos dos donos das equipes de Fórmula 1 um bombástico documento preparado pela Federação Internacional de Automobilismo que pode mudar radicalmente o formato da categoria. O texto apresenta nove propostas cujo objetivo, no final da linha, é salvar a galinha dos ovos de ouro. As sugestões elaboradas sob os auspícios do presidente da FIA, Max Mosley, visam reduzir os custos e resgatar o interesse do torcedor pela F-1, abalado por duas das temporadas mais chatas da história.
Algumas das sugestões já vieram a público no início da semana, quando Bernie Ecclestone, que controla os negócios da categoria, concedeu entrevistas a jornais importantes da Inglaterra, Alemanha e Itália. Elas contemplam alterações nos treinos de classificação, limitação no uso de motores, proibição de testes em pistas que fazem parte do calendário, restrições a desenvolvimento aerodinâmico e adoção de lastros nos carros dos pilotos em função dos pontos que eles forem somando no campeonato.
Somente essas medidas já serão suficientes para provocar muitas discussões na próxima reunião da Comissão de F-1 da FIA, dia 28, em Londres. Mas uma delas, a que abre o documento, parece inacreditável: Mosley propõe o fim do vínculo entre pilotos e equipes. Seus contratos passariam a pertencer à FIA e eles teriam de correr por todas as equipes durante uma temporada.
O sistema supõe a existência de dez times e 20 pilotos no campeonato. Nas primeiras dez etapas do Mundial, cada piloto correria por uma equipe diferente. Um sorteio definiria qual time eles defenderiam em cada corrida. Ao final desse período, o líder da temporada escolheria as sete equipes pelas quais disputaria as sete etapas restantes do Mundial.