A Fórmula 1 deu um grande passo, nesta sexta-feira (17), para uma mudança radical em sua história. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou a abertura de um processo de licitação para a categoria tenha um único fornecedor de motores e sistemas de transmissão a partir de 2010.

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De acordo com um comunicado emitido pela entidade, a fornecedora que vencer a licitação terá o direito de equipar os carros por três temporadas. A medida tem como principal objetivo reduzir os gastos das equipes com o desenvolvimento de propulsores.

Em Xangai, onde foi feito o anúncio, houve dois tipos de repercussão. As equipes independentes mostraram-se favoráveis, e as escuderias que têm apoio das montadoras deram início a protestos e ameaças.

“Qualquer iniciativa para reduzir custos é mais que bem-vinda”, disse o bilionário Vijay Mallya, dono da Force India, uma das equipes que não é filiada às gigantes da indústria automobilística. “Estou muito feliz por alguém ter dado este primeiro passo”, comemorou o ex-piloto Gerhard Berger, sócio da Toro Rosso.

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“Há risco de as montadoras abandonarem a Fórmula 1”, declarou Martin Whitmarsh, diretor da McLaren, que tem a Mercedes como co-proprietária. “A Fórmula 1 historicamente existe por causa da competição entre as montadoras que aqui estão. Acabar com isso é, num certo sentido, procurar acabar com a própria Fórmula 1”, disse Steve Nielsen, coordenador da Renault.

As regras para a adoção de um único fornecedor ainda não foram completamente definidas, e devem ser alvo de debate na terça-feira, durante encontro entre as equipes e a FIA, em Genebra.

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Para evitar distorções, como a hipótese de a McLaren ter de correr com motor Ferrari, a entidade estuda fornecer um projeto comum para as equipes. Então, cada uma poderia fazer suas próprias peças. Atualmente, seis montadoras estão na Fórmula 1 – Ferrari, Mercedes (via McLaren), BMW, Renault, Toyota e Honda.

A cruzada pela redução de custos é uma das marcas da gestão de Max Mosley à frente da FIA. Nas últimas semanas, o dirigente tem se mostrado mais preocupado com o tema, diante da crise econômica mundial. A primeira vítima na Fórmula 1 foi conhecida na quarta-feira, quando a federação francesa de automobilismo pediu a retirada do GP do país do calendário de 2009, alegando falta de verba para a realização do evento.