Ferreira quer coroar a temporada com o título da Copa Sul-Americana

Na temporada de altos e baixos vivida pelo Atlético, um jogador tem se destacado pela regularidade. Mostrando muita raça e um fôlego incrível, o meia David Arturo Ferreira Rico conquistou a torcida e já pode ser considerado um ídolo do clube.

Armando jogadas, puxando os contra-ataques e  até ajudando na marcação, o colombiano encarnou a mística da camisa rubro-negra e tem se revelado uma peça fundamental na recuperação do Furacão em 2006. A Copa Sul-Americana, ponto alto da virada, é um dos palcos preferidos de Ferreira, que aos 27 anos dá ao time a experiência de quem já disputou três Libertadores.

Junto com sua família, Ferreira recebeu a reportagem do Paraná-Online em seu apartamento.

Paraná-Online – Como você começou sua carreira de jogador e por quais clubes você passou antes do Atlético?
Ferreira – Comecei em um time do bairro onde eu nasci, em Santa Marta, que chama San Matín. Depois, passei para o Expresso Rojo, de Cartagena, e para o Real Cartagena, onde fui muito bem e em 1999 consegui subir à Série A. Em 2000, fui para um time muito importante na Colômbia, onde sempre sonhei jogar: o América de Cali.

Para mim, foi fundamental chegar lá. Conquistei muitos títulos, joguei três Libertadores e fui convocado para a seleção, para jogar as eliminatórias. E, assim, consegui chegar a um clube muito importante do Brasil, que é o Atlético Paranaense.

Paraná-Online – Como surgiu o interesse do Atlético por você?
Ferreira – Tive a oportunidade de jogar pelo América contra o Atlético (pela Libertadores 2005) e me saí muito bem.

Em Cali, conseguimos um bom resultado (3 a 1) e na volta perdemos por 2 a 1.

O Borba (Filho, coordenador técnico) já estava falando comigo, se eu gostaria de jogar no Atlético.

Não pensei duas vezes e disse que para mim seria uma honra, porque já conhecia a estrutura. Em 2002 (também pela Libertadores), enfrentei o Atlético, conheci o clube e me pareceu muito bom.

Paraná-Online – De que maneira o Atlético o ajudou a se adaptar no Brasil?
Ferreira – Muitas pessoas me apoiaram, como o Borba, quando as coisas não estavam saindo muito bem. Ele me apoiou, assim como a diretoria e meus companheiros. Isso me deu muita confiança. A torcida também me apoiou muito.

Eu tinha muita vontade de fazer o melhor, porque queria ficar. Ganhei a confiança do técnico, que era o Antônio Lopes. Um técnico muito exigente, ganhador e com o apoio dele, que me deu a oportunidade, tratei de fazer o melhor e correspondi quando tive a chance de jogar.

Paraná-Online –  A Copa Sul-Americana parece ter uma importância especial para você. Como se sente sendo um dos jogadores que tem sido fundamentais para essa boa campanha do Atlético?
Ferreira – É um torneio muito importante, porque todo o mundo vê. Eu quero conseguir este objetivo, assim como meus companheiros, que é ser campeão. Mas o time está indo passo por passo, meta por meta, com tranqüilidade. Até o momento tem sido muito bom, mas ainda não conseguimos o objetivo.

A equipe está consciente disso. Para chegarmos à final temos que fazer um bom jogo contra o Pachuca. Sabemos que vai ser muito difícil, porque é uma equipe que tem bons jogadores. Mas o Atlético está consciente de que temos time e queremos aproveitar esse momento que estamos vivendo.

Paraná-Online – Quando o Vadão chegou, o Atlético estava na briga contra o rebaixamento, havia ido mal no Paranaense e na Copa do Brasil. O que mudou após a chegada dele?
Ferreira – A confiança que Vadão nos deu. Desde que ele chegou, deu muita força a cada jogador. E quando se consegue uma seqüência de vitórias, o time ganha uma confiança muito grande. Foi muito importante a chegada dele, porque é uma pessoa que trabalha muito em cada treinamento.

Paraná-Online – No começo, Vadão recebeu algumas críticas por não fazer mudanças no time. Essa insistência em manter a base por diversos jogos ajudou para que os jogadores adquirissem essa confiança?
Ferreira – Foi muito importante. Quando você não troca, o time se acopla rapidamente e passa a se entender muito bem em campo. É isso o que está acontecendo agora com o Atlético. Na maioria das partidas, jogam os mesmos jogadores, que já se entendem muito bem. Nas jogadas, cada um sabe o que o companheiro irá fazer. Isso ajuda muito.

Havia críticas, mas o técnico tinha confiança no time e isso foi fundamental para todos poderem mostrar que ele não se equivocou. Agora, estamos fazendo uma boa temporada, mas não ganhamos nada.

Ainda falta mais. Queremos melhorar a cada jogo e a cada treinamento, para chegar à final da Sul-Americana e conquistar esse título.

Paraná-Online –  Além do Atlético, no ano que vem você terá outros desafios, pela seleção colombiana. Como está a situação da Colômbia e quais as chances na Copa América?
Ferreira – Neste momento estou pensando no Atlético, terminar bem o ano e conseguir os objetivos que traçamos.

Se um jogador está bem em seu clube, é lógico que vai ter oportunidade de estar na seleção. Deus queira que eu possa estar, porque para mim é sempre um orgulho.

A Colômbia tem bons jogadores. Muitos jogando na Europa.

O que complica é que ainda não contrataram um técnico. Deus queira que possam resolver isso logo, porque a Copa América está perto e precisamos trabalhar para chegar em uma boa forma.

Paraná-Online – Recentemente, sua família esteve toda em Curitiba. Qual a importância de tê-los perto?
Ferreira – É muito importante esse apoio, porque quando um jogador não está passando por um bom momento, a família é quem apoia. Eles me dão muita confiança, porque eu entro em campo para fazer o melhor para meus filhos e toda a família. Quando o time ganha, eles ficam muito alegres. Quando o time perde, ficam tristes. Então, esse apoio deles é fundamental para mim.

Paraná-Online – Este seu bom desempenho pode significar no futuro uma transferência para o futebol europeu. Você tem isso como um sonho?
Ferreira – Sim, sempre penso em jogar na Europa. Graças a Deus, os objetivos que tracei, consegui. Queria jogar no América de Cali, porque sempre gostei desse time. E consegui. Depois, queria jogar no exterior, e também consegui. Vim para uma equipe muito importante, que é o Atlético. Agora, minha mentalidade é fazer o melhor, terminar bem este ano e conseguir títulos. E espero que apareça algo na Europa. É meu próximo objetivo.

Paraná-Online – Qual o momento mais marcante de sua carreira até agora?
Ferreira – Tudo me marca. Quando cheguei no América de Cali, na seleção da Colômbia… Agora, quando cheguei ao Atlético… Tudo isso foi muito bom para mim. Mas o título que consegui com América em 2000 foi muito bom. É um orgulho muito grande estar no Atlético. Foi muito difícil chegar onde estou agora. Mas com muita gana de triunfar, consegui todos os meus objetivos até o momento e quero mais.

Paraná-Online – Qual a importância da torcida nesta boa fase do Atlético?
Ferreira – A torcida ajuda muito. Faz uma pressão muito grande. Para nós é muito importante e o time trata de fazer o melhor para recompensar. É um orgulho quando a torcida grita meu nome. Ainda mais porque sou estrangeiro e ganhar o carinho da torcida não é muito fácil. É uma torcida exigente e graças a Deus eu pude conquistar este carinho. Agradeço a eles, à diretoria e a todas as pessoas que confiaram em mim. Tento fazer o melhor em campo, para dar alegrias a eles, que merecem por apoiar o time a cada jogo, a cada segundo.

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