Barrichelo estabeleceu uma nova marca em Mugello. |
Mugello, Itália – Se a definição do campeonato dependesse apenas dos resultados das equipes na pré-temporada, o Mundial de Fórmula 1 em 2004 teria vários campeões. Ontem, foi a vez de Rubens Barrichello estabelecer o novo recorde do circuito de Mugello, de propriedade da Ferrari, com o modelo F2004. E, da mesma maneira mostrada pelos novos carros da McLaren, Williams, Renault e BAR nas pistas da Espanha, com tempo impressionante: 1m18s704. O recorde anterior era de Michael Schumacher, ainda com a F2002, de 13 de junho de 2002, com 1m20s943.
Já na primeira experiência com o F2004, sábado, Rubinho elogiou o carro, apesar das profundas semelhanças com o F2003-GA. Ele comentou que o novo modelo era “um pouco superior” ao seu antecessor em tudo, “tração, freios, equilíbrio”. Sob condições de clima bastante propícias, com temperaturas próximas dos 15 graus, a marca obtida ontem também lança sobre a Ferrari a mesma impressão positiva gerada por algumas de suas concorrentes. Se tudo isso for verdade, ou seja, os tempos não estiverem sendo mascarados, a temporada programada para começar dia 7 de março, na Austrália, será uma das mais espetaculares da história.
Hoje, quase todas as dez equipes que disputarão o campeonato iniciam, em Jerez de la Frontera, na Espanha, nova série de testes. Diante do que vem ocorrendo este ano, é de se esperar nova chuva de recordes. A necessidade de as adversárias da Ferrari romperem sua hegemonia na Fórmula 1, pressionadas por seus patrocinadores e parceiros técnicos, levou alguns projetistas a ousarem em seus desenhos.
Assim, surgiram a Williams com seu batmóvel, a McLaren com a frente mais estreita da competição e a Renault, que optou por afunilar em extremos o conjunto traseiro. Essa busca desenfreada por novas soluções que tornem, a qualquer custo, os carros mais rápidos, pode estar relacionada com os dois acidentes sérios verificados semana passada, em Barcelona. Felipe Massa, com a nova Sauber C23, e Olivier Panis, na Toyota TF104, bateram feio no circuito catalão. Portanto, além de mais competitiva, a Fórmula 1 pode estar ficando igualmente mais perigosa.