A temporada de 2018 da Fórmula 1 vai terminar de forma melancólica para a Ferrari e seu principal piloto, Sebastian Vettel. A equipe mais vencedora da categoria e o alemão tetracampeão mundial se ocuparão durante o GP do Brasil, neste domingo, no autódromo de Interlagos, em São Paulo, da improvável missão de buscar o título mundial de Construtores e não aumentar o jejum dos italianos.

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A diferença para a Mercedes é grande – são 55 pontos de desvantagem. Somente uma improvável combinação ajudaria a Ferrari a assumir a ponta.

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As últimas glórias ferraristas foram no GP do Brasil, onde Vettel venceu a corrida do ano passado. A 16.ª e última conquista italiana em campeonatos por equipes ocorreu há exatos 10 anos, também em Interlagos. Naquele ano, Felipe Massa perdeu o título de pilotos na última curva para o inglês Lewis Hamilton, que estava na McLaren.

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Já na competição por pilotos, a taça mais recente veio em 2007, com o finlandês Kimi Raikkonen. Desde então a escuderia italiana apostou em pilotos renomados como o espanhol Fernando Alonso e Vettel, além do retorno do próprio Kimi. Nada disso, porém, conseguiu possibilitar à Ferrari fazer frente nas últimas temporadas ao domínio da Mercedes e mais anteriormente à escuderia Red Bull.

A situação frustrante ficou evidente nesta quinta-feira, na chegada de Vettel ao circuito. Uma corrida depois de perder o título para Hamilton, o alemão demonstrava resignação. “Ainda tenho uma missão aqui, ainda quero vencer, isso não mudou. A última corrida no México foi difícil de engolir, mas desistir não é uma opção”, comentou.

O desânimo de Vettel é de quem chegou a ter o campeonato nas mãos e perdeu. Um dos melhores carros dos últimos anos foi entregue ao alemão, que começou bem em 2018. Foram duas vitórias nas primeiras corridas e a liderança até a 10.ª etapa do Mundial de Pilotos.

Curiosamente, o campeonato começou a escapar em sua casa. Na Alemanha, o piloto liderou até a 51.ª volta das 67 previstas, até errar e bater sozinho. Hamilton ganhou a prova e a liderança do campeonato de presente naquela ocasião.

As falhas de Vettel também prejudicaram o seu rendimento nas etapas da Itália, Azerbaijão, França, Japão e Estados Unidos. Para piorar, quatro dessas provas foram vencidas pelo concorrente direto Lewis Hamilton. “Sei o que precisaremos fazer no futuro para melhorar. Mesmo que de repente muitas coisas tenham acontecido neste ano, isso não mudou nada a forma como encaramos. Temos de olhar para frente, para o ano que vem”, comentou.

O tetracampeão do mundo chegou à Ferrari em 2015 para tentar resgatar a escuderia italiana. Naquela época, ela convivia com a vergonha de ter passado, no ano anterior, por uma grande crise, quando não conseguiu um pódio sequer e fez trocas no grupo de colaboradores, em ano em que a cúpula passou a ser composta mais por ingleses do que por italianos.

NOVO SCHUMACHER – Vettel chegou com a esperança de ser o novo Michael Schumacher. Na década de 1990, o outro piloto alemão reforçou a Ferrari e resgatou as vitórias. Porém, foram quatro temporadas de espera até o objetivo se concretizar com a conquista de cinco campeonatos em sequência, entre 2000 e 2004.

A Ferrari dos últimos anos confiou a missão de principal piloto a outro alemão, mas continua à espera dos sonhados triunfos nas pistas e na temporada. Vettel ajudou a escuderia voltar a vencer provas, porém mais uma vez ele chega ao GP do Brasil, no fim do calendário, mais disposto a tentar se consolar do que ser protagonista.