Estava tudo preparado para uma festa da Renault em Magny-Cours. Líder na classificação de pilotos – com Fernando Alonso – e construtores, a equipe francesa era favorita à pole position até o início do treino classificatório de ontem. Mas a Ferrari mostrou que a dobradinha em Indianápolis, há duas semanas, não aconteceu por acaso: Michael Schumacher fez o melhor tempo e Felipe Massa garantiu a primeira fila toda vermelha para o GP da França, que será disputado hoje, às 9h (de Brasília).
O resultado dá fôlego ao heptacampeão na disputa pelo título deste ano. Com 19 pontos de desvantagem para Alonso, o alemão precisa não apenas vencer, mas colocar o maior número de adversários entre seu carro e o do espanhol. Por isso, o resultado de Massa – que pela terceira vez no ano sai em segundo -também foi comemorado pela equipe.
O treino de ontem estreou um novo formato: a última parte da sessão, que define as dez primeiras posições, encolheu de 20 para 15 minutos. Como resultado, os pilotos passaram quase todo o tempo da superpole na pista, a fim de completar o maior número de voltas possível.
A novidade criou uma situação curiosa. Na saída para a fase final, Alonso e Schumacher ficaram lado a lado, à espera da luz verde que liberaria a saída da área de boxes. Os dois protagonizaram o que parecia uma corrida: trocaram de posições, dividiram freadas e fizeram a parada para troca de pneus no mesmo momento.
"Foi a coisa mais interessante dos treinos até agora. Tentávamos ficar um à frente do outro para ter pista livre e também para queimar mais combustível. Coloquei o carro ao lado dele, mas fui ultrapassado depois", relatou o espanhol na entrevista coletiva dos três primeiros colocados.
Michael também gostou da brincadeira. "Foi interessante, fizemos uma pequena disputa, como se fosse uma corrida. Acho que deveríamos ganhar pontos por esse tipo de coisa", sugeriu, em tom de brincadeira.
Outra boa surpresa na definição do grid foi a Toyota, que já se mostrara forte com o quarto lugar de Jarno Trulli nos Estados Unidos. O italiano repetiu a posição e fecha a segunda fila. Ralf Schumacher, seu companheiro de time, sai em quinto.
A sexta posição ficou com Kimi Raikkonen, da McLaren, seguido pela Renault de Giancarlo Fisichella. Pedro de la Rosa, que substitui Juan Pablo Montoya – dispensado após assinar contrato com a Nascar -, terminou em oitavo. Rubens Barrichello, às voltas com problemas na Honda, larga na 13.ª posição no GP da França, com a punição de Nico Rosberg, da Williams, por troca de motor.
Brasileiros com destinos diferentes
Felipe Massa e Rubens Barrichello viveram situações opostas no treino classificatório de ontem. Para o piloto da Ferrari, o segundo lugar no grid, a apenas 0s017 de Michael Schumacher, foi motivo de comemoração. Já na Honda, não houve motivos para festejar: a equipe viu seus carros em 13.º e 18.º lugares.
A diferença entre os desempenhos pode ser resumida em uma palavra: ritmo. Enquanto a Ferrari mostrou-se bem adaptada às condições da pista e repetiu o bom desempenho de Indianápolis – onde há duas semanas fez a primeira dobradinha entre Schumacher e Massa -, a Honda perdeu o compasso.
Satisfeito com o carro e por estar na primeira fila pela terceira vez no ano, Felipe mostrou-se otimista para o GP francês. "O carro parece muito bom, é competitivo e os pneus também o são. Estou muito feliz e para amanhã, com pneus novos, espero que possamos manter este ritmo."