É uma ?temporada-sanfona? esta de 2007 da Fórmula 1: um vaivém interminável entre Ferrari e McLaren, cada uma aproveitando como dá a boa fase.

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Começou com os vermelhos melhor, até a prova de Barcelona, quarta do mundial. Depois, domínio prateado nas últimas três corridas. Agora, parece ser a vez da Ferrari de novo.

Ontem, os carros de Maranel -lo dominaram os dois treinos livres para o GP da França, oitava etapa do campeonato. E a McLaren, sem nenhuma razão aparente, despencou. Foi o suficiente para a turma ferrarista abrir um sorriso e deixar de lado o semblante sorumbático das últimas semanas.

?Melhoramos muito depois dos testes de Silverstone. Usamos algumas coisas que a gente já sabia que iriam funcionar, mas que nas últimas provas iriam nos tirar velocidade em reta. Aqui provamos que o trabalho dos treinos deu resultado?, comemorou Felipe Massa, segundo pela manhã e primeiro à tarde.

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O melhor tempo do dia, registrado na sessão matinal, ficou com seu companheiro Kimi Raikkonen. Os adversários da McLaren, por sua vez, tiveram problemas. Lewis Hamilton, líder do mundial, perdeu parte do primeiro treino porque seu motor ?apagou?, já que estava funcionando abaixo da temperatura prevista – um sistema de segurança desligou tudo para evitar quebra. Fernando Alonso, por sua vez, terminou o treino da tarde apenas em oitavo.

A baixa temperatura pegou todo mundo de surpresa. Nesta época do ano, na região central da França, onde fica a pista de Magny-Cours, costuma fazer muito calor, com os termômetros batendo nos 30 graus. Ontem, o dia foi nublado, com a temperatura mal passando dos 20. ?Esperávamos que estivesse mais quente e por isso a avaliação dos pneus está sendo difícil?, falou Alonso.

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O espanhol, no entanto, disse não estar preocupado com o resultado. ?Temos alguma sobra e seremos mais fortes no fim de semana do que parece quando se olha apenas para os tempos da sexta?, prometeu.

Raikkonen, que apesar do quarto lugar na classificação disse que ainda acredita no título, era outro que esbanjava otimismo pelos lados dos boxes da Ferrari. ?O carro começou rápido desde cedo, e isso é sempre um bom sinal?, falou o finlandês.

A surpresa do dia foi a nanica Toro Rosso, que colocou Scott Speed em terceiro e Vitantonio Liuzzi em quinto de tarde – em quarto ficou Hamilton. Hoje sai o grid de largada da prova, na sessão que começa às 9h de Brasília. É a última vez que Magny-Cours recebe um GP de F 1. No ano que vem, o país não está incluído no calendário.

Pista é desafio para os pilotos

Embora muita gente queira mais é que Magny-Cours desapareça num buraco, porque produz corridas chatas e sem grandes emoções, seu traçado é um dos mais interessantes quando se observa apenas o lado técnico da competição.

Por seus 4.411 metros, os pilotos encaram três curvas de alta logo no início da volta, uma longa reta, um ?cotovelo? muito lento no fim dela, a curva Adelaide, e depois duas chicanes de alta que levam ao trecho mais lento do circuito, com curvas de vários tipos e um relevo não desprezível.

Com isso, é difícil acertar um carro para a pista francesa. Andar com suspensões duras e com o carro bem baixo é uma tentação, mas isso não funciona nas curvas de baixa, nas quais uma suspensão mais macia confere melhor tração.

Para os motores, Magny-Cours não representa grande problema, a não ser quando as temperaturas sobem demais. Os pilotos passam 64% do tempo de volta em plena aceleração, dentro da média geral das pistas do calendário.

Em termos de pneus, o desgaste é sempre preocupante porque o asfalto, embora seja muito liso e regular, possui certa aspereza. A Bridgestone levou os compostos macio e médio para a prova deste fim de semana. A previsão é de duas ao longo da corrida, com pequena possibilidade de alguém querer fazer três pit stops.