O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, decidiu jogar duro com a FIA e suas propostas de mudanças na Fórmula 1. Montezemolo ameaçou nesta segunda-feira retirar a equipe do campeonato do ano que vem, caso a entidade insista em adotar medidas como o lastro (o carro ganharia um peso extra a cada ponto que conquistasse) e o revezamento entre os pilotos. Para o dirigente, essas propostas são ?idiotices? .
Segundo a versão oficial da FIA, as mudanças visam tornar a F-1 mais equilibrada, mas, na verdade, é uma tentativa de por fim à hegemonia da Ferrari, que neste ano somou 221 pontos em 17 etapas do campeonato enquanto que todas as outras equipes, juntas, conseguiram apenas 201.
?Estou muito orgulhoso que a Ferrari seja assim tão forte. Propostas inteligentes que não vão contra a natureza da Fórmula 1, nós sempre aceitamos e respeitamos. Porém, estes planos são absurdos?, disse. ?É inconcebível que sejam penalizados aqueles que trabalham melhor?, justificou.
O ex-piloto Niki Lauda também teve uma reação irritada às propostas. ?Esse plano é contra tudo o que a F-1 prega há 50 anos: quem trabalha melhor e consegue melhor resultado técnico, merece ganhar. Não podemos degradar a Fórmula 1?, disse Lauda.
A FIA elaborou um documento naquele que vem sendo chamado de ?Os 9 mandamentos anti-Ferrari? e vai colocar as propostas para votação no dia 28 de outubro, numa reunião em Paris. Vão participar do encontro o homem-forte da F-1, Bernie Ecclestone, o presidente da FIA, Max Mosley, representantes de fabricantes de motores e pneus, patrocinadores e representantes de cada uma das equipes.
O resultado da reunião será discutido em um congresso técnico marcado pela FIA para o dia 13 de dezembro. A próxima temporada começa dia 9 de março, com o GP da Melbourne, na Austrália. (AE-AP)