O Paraná Clube ficou surpreso com a notícia da entrada do meio-campista Fernando Gabriel na Justiça do Trabalho. O objetivo do jogador é conseguir a rescisão indireta para poder defender outra equipe até o julgamento do mérito. Ele alega que o clube estaria devendo salários, premiações, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e direitos de imagem, totalizando o valor total da ação em R$ 900 mil.

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No entanto, o clube se defende das acusações e ontem o Departamento Jurídico entrou com um pedido de antecipação de tutela, ou seja, deseja que o jogador cumpra o contrato de trabalho até 30 de abril de 2016. Além disto, pede judicialmente que não seja dada ao atleta a liminar que possa liberá-lo para outra equipe e como dano de má-fé, um valor de R$ 180 mil.

Segundo a cópia do processo que tramita na 23ª Vara do Trabalho de Curitiba e que a Tribuna 98 teve acesso, o Paraná Clube teria antecipado valores para o jogador no seu retorno ao clube, em 2013, e isto se enquadraria, segundo o Tricolor, como salários já pagos e estaria em dia com o meio-campista. No entanto, o representante legal do jogador não concorda com as explicações citadas pelo Paraná. “Isto é uma prática comum no futebol, quando uma equipe contrata. O Fernando interessava à Portuguesa e o valor é o que chamamos de luvas”, disse o advogado do jogador, Dyego Karlo Tavares.

Sobre a falta de pagamento de FGTS, o clube alega que utilizou recursos do Programa de Recuperação Fiscal (REFIS), e não estaria em atraso com Fernando Gabriel. Além disto, o Paraná afirma que os depósitos estão sendo realizados mensalmente, e que não há atraso superior a três meses como dispõe o artigo 31 da Lei Pelé. “A Justiça não reconhece isto e sim os depósitos em conta e isto não ocorreu”, afirmou o advogado de Fernando Gabriel.

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Quanto aos direitos de imagem do jogador, o Paraná não admite que o valor pedido pelo atleta entre como benefício salarial e os pedidos de Fernando Gabriel não teriam fundamentos para uma rescisão indireta. “Este caso é parecido com o do Deivid do Coritiba. Isto é complemento de salário e o tema está sendo debatido por juristas de todo Brasil”, finalizou Dyego Karlo Tavares.

A ação de ingressar na Justiça do Trabalho acabou desagradando o representante e parceiro do Paraná Clube, Marcos Amaral. “Não aprovei a atitude dele e acima de tudo tem que ter bom senso. Não procurou o clube para uma conversa e isto não foi legal”, avaliou Amaral.

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Fernando Gabriel é um dos principais jogadores do elenco. Chegou ao clube em 2010 e teve poucas oportunidades, sendo emprestado para Figueirense, Bragantino, Criciúma e Ituano. Retornou ano passado e começou a jogar com mais frequência. Este ano, terminou o Campeonato Estadual entre os titulares e fez uma boa dupla com Lúcio Flávio. Ao término do Estadual, Fernando chamou a atenção de outros clubes e o final deste ciclo está bem próximo de ocorrer.

Este não é o primeiro caso de atletas que entram na Justiça contra o Paraná, em 2014. O lateral Ângelo, o zagueiro Júnior Lopes, os volantes Gilson e Douglas Packer e os atacantes Paulo Roberto e Hugo desejam receber possíveis atrasados do Tricolor.

Longe de casa

Além de encarar o tricolor pernambucano nesta sexta-feira, o Paraná tem outros importantes duelos fora da Vila Capanema na semana que vem.

Em Campinas, o Tricolor decide uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil diante da Ponte Preta. Na sequência, pela Série B, o adversário é o Ceará.