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Douglas está preparado para
assumir o gol no lugar de Fernando.

Acabou o mistério, acabaram as dúvidas. O Coritiba entra na reta final do campeonato brasileiro mais sereno e consciente de que há pouco a fazer nas últimas quatro partidas. Apesar de ainda ter chances remotas de classificação para a Copa Sul-Americana, o elenco sabe que vencer é importante para a própria auto-estima. E o técnico Antônio Lopes prefere diminuir o ritmo e remontar a base da equipe.

Tanto que, para o jogo de domingo contra o Vitória, o Delegado já tinha definido o onze titular. Seria a que treinou ontem: Fernando; Miranda, Flávio e Reginaldo Nascimento; Rafinha, Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba, Ricardo e Adriano; Tuta e Alemão. "É este time que está aí. Não tem porque ficar fazendo muita coisa", confessa o treinador coxa-branca.

Mas ele acabou tendo um problema – Fernando voltou a sentir o tríceps, e dificilmente enfrenta os baianos. "Estou com o braço me incomodando", reconhece o jogador. "Ele vai ficar em recuperação até sábado, mas é muito difícil. O local está inchado", explica o médico William Yousef. "Se não der o Fernando, vai o Douglas", avisa Lopes.

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O técnico modifica o 3-5-2 usado na partida de domingo com o Santos. A alteração mais importante é a entrada de Rafinha na ala-direita – no jogo passado, não havia jogador fixo no setor. Com dois alas que jogam no ataque, ele espera uma equipe mais agressiva. "Desta maneira a gente consegue equilibrar mais as ações ofensivas", explica o treinador alviverde. Também por isso ele mantém Ricardinho pelo meio. "Com o Ricardo, o Adriano tem uma ajuda muito boa, e eles acabam se completando e criando mais jogadas pela esquerda", justifica.

Com esta formação, fica claro que Antônio Lopes não deseja fazer "experiências" nas partidas finais do brasileiro. "Não é esse o caso. Primeiro, e acima de tudo, temos que sempre buscar as vitórias. Se o jogo fosse amistoso, já seríamos obrigados a vencer. E ainda mais se valem três pontos. Por isso, não é minha idéia fazer experiências, porque a base está montada, não só para agora como para o ano que vem", resume o Delegado.

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Apoio

Depois de bom tempo afastado, Reginaldo Vital reapareceu entre os titulares. É a prova de que Antônio Lopes deixou o caminho aberto para um retorno, após ter deixado o armador fora das partidas. "Ele correu, movimentou-se, trabalhou bastante e mostrou que está bem de novo. E ele voltou a ser uma opção para mim. Não penso nele começando o jogo, pois o Ricardinho está em um bom momento, mas o Vital pode nos ajudar muito daqui para frente", elogiou o técnico do Coritiba.

Pedido de anulação na pauta

Hoje, enfim, será julgado o pedido de anulação do jogo Coritiba 0x1 Vasco (de 27/10) feito pelo Coxa. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva acatou a reclamação alviverde, e pode, não só obrigar a CBF a marcar outra partida, como punir o árbitro paulista Rodrigo Cintra, que deixou Petkovic tocar duas vezes na bola em uma cobrança de escanteio – lance que originou o pênalti sofrido pelo sérvio, que definiu o jogo.

No entanto, os advogados do Coxa sabem que a possibilidade de anulação é pequena. Rodrigo Cintra, que foi suspenso preventivamente pela Comissão Nacional de Arbitragem, afirmou aos procuradores do STJD que não viu a bola batendo na trave, e sim na mão do goleiro Fernando. Tal justificativa transformaria o ato em ?erro de fato?, o que não é motivo, segundo o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, para suspender um jogo.

Médico do Coxa na sub-17

O Coritiba tem mais um nome nas seleções brasileiras de base. É o médico William Yousef, que foi chamado ontem para compor a comissão técnica da seleção sub-17, que segue segunda para a Granja Comary para duas semanas de preparação para o Sul-Americano da categoria. Além disso, ele passa a fazer parte do seleto grupo de profissionais da comissão médica da CBF, o que significa a possibilidade de, em um futuro próximo, estar na seleção principal.

Apesar de acostumado a ser médico de confederações brasileiras (ele trabalha há três anos com a seleção de canoagem e esteve nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo), William Yousef confessa estar ainda emocionado com a convocação. "É o reflexo de um trabalho de muitos anos no esporte, e o acerto nos tratamentos dos jogadores. Mas eu não vou negar que estou com o coração na boca", comenta o médico.

Yousef acredita que a soma do bom trabalho no Coritiba com a presença no Pan fizeram com que a CBF (o convite foi assinado pelo secretário-geral Marco Antônio Teixeira) o chamasse. "Eles me viram trabalhando na Vila Pan-americana, e isso com certeza ajudou. Mas devo essa possibilidade ao Coritiba, porque foi aqui que comecei a trabalhar com futebol, e que acabei aparecendo", reconhece.

Quando chegar a Teresópolis, William Yousef terá uma reunião com o médico-chefe da CBF, Adílson Camargo, e nesta conversa poderá ganhar mais atribuições. "A princípio, meu trabalho será com a seleção sub-17, mas é possível que eu também trabalhe com a sub-20", explica o médico alviverde, o primeiro profissional paranaense da área a trabalhar em uma seleção brasileira.