Feliz, Nascimento agora quer jogar a Libertadores

“Foi o melhor ano da minha vida.” As palavras são de Reginaldo Nascimento, que termina 2003 como capitão e um dos ídolos da torcida do Coritiba. Se dentro de campo o volante (agora zagueiro) se destacou, fora dele viveu a alegria de ser pai. No clube há sete anos, ele finalmente viu a equipe chegar a uma Copa Libertadores, e agora espera a hora certa para renovar seu contrato.

Reginaldo viveu tempos bicudos no Coritiba. Quando chegou, vindo do Matsubara, era apenas uma revelação do futebol estadual, fadado a passar pelo Alto da Glória da mesma forma que tantos passaram – é só lembrar (ou não) dos jogadores contratados à mesma época do atual capitão coxa: Rogério Prateat, Rogério Barbosa e Tiganá. Nenhum deles vingou no Coritiba, voltando à roda-vida de clubes pequenos.

O volante, no entanto, marcou seu lugar com esforço. Nascimento só se firmou na equipe titular em 99, quando o Cori conquistou o título paranaense sob comando de Abel Braga. “Com ele eu aprendi muito, o Abelão me ajudou bastante”, elogia o jogador, citando o treinador que ontem foi contratado pelo Flamengo. Só que Abel saiu, e no final daquele ano o jogador acabou parando no Bahia.

Foram doze meses de virada na carreira de Nascimento. Com Evaristo de Macedo no comando, o tricolor baiano fez boa campanha na Copa João Havelange, e fez o volante voltar a Curitiba já como um jogador ?aprovado?. Deste ponto em diante, Reginaldo conseguiu – enfim – o reconhecimento dentro e fora do Couto Pereira.

Mas 2003 foi diferente. “As coisas deram muito certo”, resume. Primeiro, foi a fixação como terceiro zagueiro, numa posição considerada fundamental pelo então técnico Paulo Bonamigo. “Acho que ele rende mais nessa função que como volante. Tanto que as melhores atuações dele são na zaga, quando joga ali é sempre escolhido um dos melhores em campo”, comentou o treinador há um mês.

O ótimo momento foi completado com o nascimento da filha Giovana Lyssa. “É a maior alegria da minha vida”, diz Reginaldo, que ainda fica embevecido a cada instante que fala dela. O apego é tanto que ele foi um dos jogadores que mais sentiu a ida a Foz do Iguaçu, pois ficaria alguns dias longe de casa.

E esse é um dos pontos que pode fazer o volante permanecer em Curitiba (o contrato dele termina no dia 31). A ligação com a cidade aumentou com o nascimento da filha, e as condições para criá-la são fatores decisivos no pensamento dele a partir de agora. Ainda a favor, o real interesse da diretoria em mantê-lo – pode-se dizer, inclusive, que dos jogadores que precisam renovar, Nascimento é a prioridade.

Mas com indefinição no comando técnico, sorteio de Libertadores e início das férias, as conversações ficaram para depois. “Vai ser tudo por telefone”, confessa Reginaldo, que segue ainda hoje para a casa dos pais, em Goiás. Mas ele não esconde o desejo de conhecer a América vestindo a camisa coxa. “É um torneio muito importante, e gostaria de continuar aqui para jogar a Libertadores”, finaliza.

Coritiba conhece rivais da Libertadores

O Coritiba ficou no “grupo da morte” da Copa Libertadores. No sorteio realizado ontem, na sede da Conmebol, em Assunção, a equipe ficou (como previsto) no grupo 9, junto a Rosario Central (Argentina), Olimpia (Paraguai) e Sporting Cristal (Peru). Foi o primeiro passo da maior competição interclubes do continente.

Os três adversários do Cori têm tradição em seus países e em competições internacionais. Entre eles, o mais laureado é o Olimpia, que já conquistou três vezes a Libertadores, a última delas sobre o São Caetano em pleno Pacaembu, no ano passado. Neste ano, a equipe se classificou como campeão do torneio classificatório.

O Sporting Cristal também já disputou uma final da competição, só que perdeu para o Cruzeiro em 1997. O time de Lima, que já foi treinado por Paulo Autuori (hoje técnico da seleção peruana), conseguiu a vaga por ter vencido o Torneio Apertura da liga local.

Já o Rosario Central, que era o único adversário “conhecido” do Coxa, está na Libertadores graças ao índice técnico – foi a segunda equipe em pontos na soma dos torneios Apertura e Clausura da Argentina. A casa da equipe é o estádio Mundial 78, onde a seleção local enfrentou o Brasil na Copa de 78.

Os outros brasileiros também conheceram ontem seus adversários. O São Caetano está na chave 1 (com o vice-campeão mexicano, o Peñarol e o The Strongest), o Cruzeiro na 3 (campeão mexicano, Concepción e Deportivo Caracas), o São Paulo na 4 (LDU, Cobreloa e Alianza) e o Santos na 7 (Barcelona, Guaraní e Jorge Wilstermann). (CT)

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