O goleiro Cássio admitiu nesta quinta-feira, em entrevista exclusiva para a TV Estadão, o sua intenção de “se eternizar” no Corinthians, clube que o contratou após passagens pelo Grêmio, onde se formou na base, e PSV Eindhoven, da Holanda, pelo qual jogou antes de desembarcar no Parque São Jorge. Ele se diz um jogador feliz no clube, que acaba de festejar o seu 27.º Campeonato Paulista.
Cássio, que conquistou a confiança da torcida durante a Copa Libertadores de 2012 e depois se consagrou no Mundial de Clubes da Fifa, reconheceu a força e o carinho da Fiel desde que chegou ao Corinthians. O atleta admitiu que a torcida empurrou o time à vitória em momentos difíceis e que ficou ao lado do grupo mesmo após a eliminação no torneio continental deste ano, diante do Boca Juniors no Pacaembu.
“A torcida do Corinthians está sempre surpreendendo. O torcedor do Corinthians é apaixonado. Posso jogar em outros clubes um dia, o que não quero, mas iguais aos corintianos nunca vou achar. A torcida joga junto”, disse Cássio, deixando claro o seu desejo de atuar na equipe corintiana até o fim de sua carreira.
Ciente da injusta arbitragem no confronto com o Boca Juniors, nas oitavas de final da Libertadores, o goleiro comentou que foi só depois da partida que ele pôde reparar na influência para o resultado dos erros do árbitro Carlos Amarilla. “Particularmente, eu fui saber no final o que aconteceu, de fato. No intervalo, a gente estava sentindo o estresse de precisar da vitória, focados mesmo. Mas ele foi muito mal naquele jogo, cometeu erros gravíssimos. Foi meio escandaloso até o que aconteceu, mas são coisas do futebol”, lamentou.
Virada a página da Libertadores, Cássio se prepara para outros torneios nesta temporada, e classifica de importante todos eles. Além da estreia do Corinthians no Brasileirão neste sábado, contra o Botafogo, às 21 horas, no Pacaembu, o time volta suas atenções para a Copa do Brasil e também para a final da Recopa Sul-Americana, contra o São Paulo, no segundo semestre, que será decidida em dois jogos.
“Queremos ganhar os três campeonatos que temos pela frente, claro. Conseguimos separar bem os torneios de que estamos participando. Se temos uma decisão na Copa do Brasil, precisamos focar nisso ao mesmo tempo que jogamos o Brasileirão. Procuramos jogar em alto nível todos os campeonatos que disputamos”.
O foco no Corinthians é total. Revelado pelo Grêmio e lançado ao futebol holandês, onde ficou por quatro anos, Cássio não tem vontade de voltar para o exterior, muito menos de deixar o Corinthians. “Não me arrependo de nada, de ter saído do Brasil, por exemplo, com 19 anos. Evolui muito como pessoa e profissionalmente também. Foi uma escolha financeira e sonho de jogador de atuar na Europa”, conta. “Eu acho que a gente tem de ter objetivos na vida. O meu é ficar no Corinthians para sempre.”
SELEÇÃO – Cássio era um dos nomes possíveis para compor a seleção brasileira na Copa das Confederações. Felipão, porém, optou por Julio Cesar, Diego Cavalieri e Jefferson para o gol do Brasil. O fato parece não ter incomodado o goleiro corintiano e ele diz ter esperanças de defender o time nacional na Copa do Mundo de 2014. “Eu acredito no meu trabalho. Se eu tiver uma chance na seleção, vou agarrar como agarrei no Corinthians. Achava que tinha uma grande chance, mas ela não veio agora. Acho que o fato de ter me machucado atrapalhou um pouco. E os convocados estão muito bem. Em vez de reclamar, acho que tenho de olhar o lado dos goleiros que foram chamados também”.
Cássio participou de convocações com Dunga e Mano Menezes e, fora da seleção neste momento, valoriza muito o que Rogério Ceni e Marcos fazem e fizeram por seus times, São Paulo e Palmeiras, respectivamente. Reconhece a carreira vitoriosa de ambos e gostaria muito de seguir o caminho que eles, e alguns outros jogadores, traçaram no futebol, o de defender a camisa de um time por muitos anos, criando uma identificação ainda maior com o Corinthians, onde já se tornou um ídolo.