O técnico Luiz Felipe Scolari usou duas vezes o mesmo ensinamento popular para justificar o processo de crescimento da seleção brasileira que, neste domingo, venceu pela primeira vez em três anos e meio um rival de expressão. O treinador fez questão de lembrar que “a natureza não dá saltos”, para explicar por que a melhora tem sido gradual.
“Está sendo montada a equipe. Uma vez eu li em uma revista que a natureza não dá saltos. É verdade. Temos que ir trabalhando, para ter uma equipe competitiva e ganhar jogos”, disse o treinador, que assumiu a equipe apenas no fim do ano passado.
Nesse período, ele não havia tido tanto tempo para treinar os jogadores como teve antes de levar o Brasil à vitória por 3 a 0 sobre a França. “Foi a primeira semana que tivemos sete dias para trabalhar. Agora vamos ministrar um treinamento que seja correto para eles (jogadores) chegarem (à estreia na Copa das Confederações) nas melhores condições físicas e técnicas”, destacou Felipão.
Ele comemorou que duas das desconfianças dos torcedores estão sendo sanadas: a falta de vitórias expressivas e a ausência de um esquema tático constante. “Hoje temos uma situação tática que está quase definida e a impaciência do nosso torcedor também era porque não ganhar de uma seleção grande há muito tempo. É como eu disse: ‘natureza não dá saltos””, reforçou Scolari, para quem a vitória vai ajudar na moral do time. “Nós voltamos a ter confiança naquela equipe que foi escalada e nos jogadores que entraram.”
O treinador refutou a hipótese de que o Brasil, hoje, não é uma equipe tão respeitada pelos adversários. “Todas as equipes têm jogado contra o Brasil com nove lá atrás. Jogam no nosso erro. Eles respeitam o Brasil pela qualidade dos nossos jogadores.”
Durante a entrevista coletiva na Arena Grêmio, Felipão elogiou bastante Marcelo, que entrou como titular na vaga que foi de Filipe Luis contra a Inglaterra, e disse que “em princípio” não pensa em começar um jogo com David Luiz como volante: “depende do resultado”.
Sobre a disputa de posição entre Lucas e Hulk, indicou que a escalação vai depender do adversário que a seleção enfrentar. Já quanto ao rendimento de Neymar, que saiu de campo vaiado, Felipão foi só elogios: “Ele (Neymar) tem feito tudo que eu determino para ele. Ele tem jogado de uma forma que me deixa totalmente satisfeito”.