Munique – Mais uma vez fiel ao seu estilo, o treinador da seleção de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, declarou, ontem, na coletiva no Allianz Arena, em Munique, que o favoritismo é todo da França no jogo de hoje, pela semifinal da Copa do Mundo. Um dos motivos que faz com que Felipão pense assim é o histórico do confronto: faz 31 anos que os portugueses não ganham dos rivais.

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?Realmente o histórico tem muita desvantagem para Portugal. Mas vamos trabalhar esse aspecto junto aos atletas. No futebol, nada é definitivo. Podemos mudar isso?, disse o técnico, confiante em uma boa apresentação de seus jogadores. ?Pelo histórico, o favorito é a França. Mas quem sabe poderemos mudar essa história. Nem sempre os favoritos vencem?, reforçou.

Felipão ressaltou que a seleção francesa deverá jogar com mais tranqüilidade e sem receio dos portugueses. ?Isso por causa de todo o histórico. A França é a melhor preparada entre os quatro finalistas. Nossos espiões me disseram que era até melhor ter evitado os franceses?, revelou o técnico.

Sobre o craque adversário, o meia e capitão Zinedine Zidane, o treinador brasileiro rasgou elogios. ?Não mudarei o esquema do time, mas tomarei cuidado com ele. A bola não chora ao chegar nos pés de Zidane. Quando jogava é que ela chorava ao chegar nos meus pés?, brincou Felipão, lembrando de seus tempos de Caxias na década de 70.

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?Brasileiros nos apoiarão?

O treinador da seleção de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, sabe que terá o apoio de uma torcida especial para o jogo contra a França, hoje em Munique, pela semifinal da Copa. Com a eliminação do Brasil nas quartas-de-final, Felipão tem certeza que os seus compatriotas engrossarão a torcida pelo sucesso português na reta final do Mundial.

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?Por causa dos nossos laços, existe uma afinidade entre os países e o Brasil estará torcendo por nós?, declarou Felipão, durante coletiva dada ontem, no Allianz Arena. No país pentacampeão mundial, até a venda de camisas da seleção de Portugal aumentou com a campanha na Copa.

Gallas prevê provocações dos lusitanos

Munique – Evitar provocações. Esta vai ser uma das principais preocupações dos jogadores da França na partida de hoje. Os franceses consideram que os jogadores comandados pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari são mestres na arte de desestabilizar os adversários, cometendo infrações seguidas e simulando faltas e contusões. ?Precisamos manter a cabeça fria e não podemos nos desestabilizar. Portugal sabe enervar os jogadores do time rival?, disse o zagueiro Gallas.

O jogador, porém, não se arrisca a dizer que o jeito provocador dos portugueses seja reflexo do trabalho de Felipão. ?Talvez seja, mas não conheço Scolari e, portanto, não posso afirmar este tipo de coisa.? Gallas entende que um bom exemplo de como Portugal se comporta ocorreu no jogo com a Inglaterra. ?É só vocês lembrarem o que o Cristiano Ronaldo fez com o Rooney.? Naquela partida, Ronaldo atormentou o juiz argentino Horacio Elizondo pedindo a expulsão de Rooney, que dera um pisão em Ricardo Carvalho. Depois de muita reclamação, o inglês recebeu cartão vermelho.

O técnico Raymond Domenech concorda com Gallas, mas apenas em parte. Ele não acha justo considerar Portugal uma equipe violenta. ?Não vejo sentido em reduzir o time português a isso. Eles são capazes de atacar e defender com eficiência e, se chegaram à semifinal, é porque mereceram.?

A França tem seis jogadores pendurados, cinco deles titulares – Zidane, Thuram, Vieira, Sagnol e Ribery, além de Saha. Isso significa que, se algum deles for advertido, ficará fora da decisão da Copa, caso a equipe se classifique. Mas Domenech entende que tal risco não deve mudar o comportamento do time em campo. ?Não adianta pensar na final se não passarmos pela semifinal.?