Até quinta-feira à tarde, Luiz Felipe Scolari não havia recebido nenhum convite da CBF para continuar no comando da seleção brasileira. O treinador só vai pensar no seu futuro na segunda-feira. Depois do jogo deste sábado contra a Holanda, em Brasília, na decisão do terceiro lugar da Copa, Felipão embarca para São Paulo onde vai passar o domingo recluso com a família.

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Na segunda-feira, é bem provável que ele se encontre com José Maria Marin, presidente da CBF, para apresentar o relatório final de todo o trabalho de um ano e meio em que esteve no comando da seleção – seu compromisso com Marin era até o fim da Copa do Mundo. No documento, Felipão vai apresentar uma análise detalhada dos jogadores, uma avaliação de cada um e dos erros e acertos do trabalho da comissão técnica no período que abrange de janeiro de 2013, quando de fato assumiu a seleção, até o último jogo do Brasil na Copa.

Na sua última entrevista na Granja Comary, quarta-feira, Felipão fez um discurso de continuidade no comando da seleção ao dar um balanço do seu trabalho e da comissão técnica no Mundial. O técnico adiantou que pretende preparar a maioria dos jogadores deste grupo para o Mundial de 2018. Marin esteve quinta-feira na Granja Comary. Chegou por volta do meio-dia, almoçou com os jogadores e, à tarde, assistiu ao treino, vestindo jaqueta e boné da seleção brasileira. Antes, conversou por 5 minutos com Felipão. Em alguns momentos, ambos deram boas risadas.

Ao sair da Granja, às 16h45, Marin atendeu ao pedido da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, solicitou ao motorista que parasse o carro e desceu para uma rápida conversa. Mas não quis falar sobre o futuro da seleção. “Vamos aguardar. Primeiro vamos pensar nesse jogo em Brasília. É importante terminar bem a Copa”, disse. Sobre o encontro com os jogadores, afirmou ter sido tranquilo. “Eles estão bem.”

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Na saída da Granja, Marin estava acompanhado por Alexandre Gallo, um dos observadores dos adversários da seleção nesta Copa. Gallo é nome que não pode ser descartado para suceder Felipão, confirmou ao Estado uma fonte próxima ao atual presidente da CBF e ao futuro, Marco Polo del Nero, que conversou com ambos no dia seguinte à derrota no Mineirão.

“Ele (Marin) está entusiasmado com o Gallo. Destacou que ele tem ótima visão tática, é dedicado e disciplinador”, revelou esse interlocutor. Marin já fez elogios públicos a Gallo, técnico da seleção sub-20 e coordenador das categorias de base da seleção e, meses atrás, chegou a dizer que, caso Felipão saísse, era o nome ideal para herdar o cargo. Uma de suas justificativas foi a Olimpíada de 2016, no Rio. Gallo deve dirigir o time.

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Marin não tem pressa para nomear o futuro treinador da seleção principal. Vai esperar que Felipão tome a iniciativa de deixar o cargo – acha que isso será mais cortês do que anunciar que não o quer mais – e, depois, decidirá com calma, o que pode levar algumas semanas.