Luiz Felipe Scolari volta para “casa” pela primeira vez para comandar o Brasil. Nas duas passagens do treinador na seleção brasileira, ele nunca fez um jogo em São Paulo, onde historicamente o torcedor costuma ser mais crítico com o time nacional. Em entrevista nesta quinta-feira, Felipão elogiou os moradores da cidade e disse que é onde escolheu morar com a mulher, Olga, depois de voltar da Europa. Também lembrou de sua história com o Palmeiras, mas garantiu ter bom relacionamento com todos os clubes paulistas. E espera que isso faça com que seja bem recebido no amistoso desta sexta contra a Sérvia, no Morumbi, e ainda na abertura da Copa, dia 12, no Itaquerão.
“É legal voltar para casa, onde escolhi morar e onde tenho bons amigos. São Paulo é minha casa e espero que seja a casa da seleção também. Está na hora de a gente mudar essa história de que o torcedor paulista não trata bem o Brasil. Queremos carinho, mas sei que temos de fazer por merecer. A seleção tem de jogar bem, fazer pressão e gols. E aí trazer o torcedor para o seu lado”, disse Felipão.
Ele clama por apoio porque sabe onde está pisando. Quando chegou ao Palmeiras pela primeira vez, na década de 90, Felipão enfrentou resistências de torcedores do próprio clube, a quem apelidou de a “turma do amendoim”. Aos poucos, foi conquistando cada um, mas principalmente porque o time respondia em campo. Em sua visão, esse é o caminho para a seleção conquistar o torcedor paulista: jogando bem.
Quando começou sua caminhada na Copa das Confederações no ano passado, Felipão fez questão de levar a seleção para Porto Alegre. Sabia que o povo gaúcho lhe estenderia a mão. Naquela ocasião, o Brasil enfrentou e ganhou da França por 3 a 0 na Arena Grêmio, casa do clube onde ele despontou para o futebol. Em São Paulo, o técnico espera mais uma vez que o torcedor o abrace.
Para isso, ele conta também com o reforço de alguns jogadores da seleção, como Neymar, criado no Santos, clube que tem muito torcedor em São Paulo, e de Paulinho, campeão do mundo com o Corinthians, só para citar dois exemplos.
O treinador ainda destacou a relevância que São Paulo terá nesse caminho em direção ao hexacampeonato. Felipão pontuou que a cidade terá duas partidas da seleção, privilégio para poucos: nesta sexta-feira, no amistoso diante da Sérvia, e na próxima quinta, na abertura na Copa, contra a Croácia. “Vamos fazer de São Paulo a nossa casa e mudar essa história de que o torcedor da cidade trata mal o Brasil”, avisou.