Com a seleção brasileira de folga após a emocionante classificação às quartas de final da Copa do Mundo, o domingo é de avaliações sobre os erros e acertos cometidos no empate por 1 a 1 com o Chile no último sábado, seguido pela vitória nos pênaltis por 3 a 2, no Mineirão. Por essa análise, também passa, claro, o desempenho dos jogadores nas cobranças de pênalti.
Felipão, por exemplo, não economizou nos elogios ao atacante Neymar e destacou a sua maturidade para bater o último pênalti brasileiro, colocando a equipe em vantagem, que seria confirmada, se transformando em classificação, com o erro do chileno Jara. Em compensação, o meia Willian e o atacante Hulk desperdiçaram suas cobranças.
Nas entrelinhas, Felipão deixou a possibilidade de alterar a relação de cobradores para uma eventual futura disputa de pênaltis na Copa. “Provavelmente, nos próximos dias, vamos ter novas definições sobre os pênaltis”, afirmou o treinador, que, ao mesmo tempo, afagou Willian ao dizer que o seu erro serve de aprendizado e amadurecimento para o futuro.
O treinador também se recordou de outras disputas de pênalti que teve como treinador da seleção de Portugal e do Grêmio. “Vivi disputa de pênaltis com Portugal na Eurocopa de 2004, contra a Inglaterra e venci. Depois, de novo, na Copa de 2006, contra a Inglaterra. Esta é a terceira vez que ganhei assim. Mas perdi o Mundial pelo Grêmio para o Ajax, em 1995, também. Um dia a gente ganha, no outro a gente perde. Dessa vez, era para ganhar”, disse.
Para Felipão, a falta de experiência dos jogadores e a pressão de disputar uma Copa em casa pode ter atrapalhado a seleção. “Preocupa, porque a equipe é nova. Mesmo os mais experientes sentem a Copa. Quem diz que não, mente. É emocionalmente diferente, não é um jogo comum”, disse.
Diante do Chile, a seleção finalizou 23 vezes, na sua maior produção ofensiva nesta Copa, mas acertou pouco a meta defendida por Claudio Bravo – apenas sete vezes. Além disso, Felipão considerou inaceitável o gol sofrido, numa jogada que começou com a cobrança de um lateral por Marcelo e passou por um erro de Hulk.
Assim, Felipão espera aproveitar os próximos dias para corrigir erros cometidos pela seleção, na defesa e no ataque, e também trabalhar o controle emocional dos jogadores, visando o jogo de sexta-feira com a Colômbia, em Fortaleza, pelas quartas de final. Mas ele tem fé que a emoção passada na sofrida classificação sirva de impulso para o Brasil na sequência da Copa. “Quando a gente ganha com essa emoção, a gente pode fazer disso uma coisa boa”, comentou.