Se após a partida de estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo – a vitória por 3 a 1 sobre a Croácia -, a arbitragem do japonês Yuichi Nishimura foi muito mais comentada do que a atuação dos jogadores, no segundo jogo da equipe na competição – o empate por 0 a 0 com o México – tudo indicava que o trabalho do turco Cüneyt Çakir passaria incólume e sem avaliações. Mas não foi assim. Graças a um lance aos 42 minutos do segundo tempo e, principalmente, ao desabafo do técnico Luiz Felipe Scolari.

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Em uma disputa de bola com o atacante mexicano Raul Jimenez, o lateral-esquerdo Marcelo caiu na grande área, reclamando de pênalti, em pedido ignorado pelo árbitro turco. O lance poderia ser rapidamente esquecido, não fosse a reação de Felipão. Em tom irritado, após entrevista coletiva em Fortaleza, no Castelão, o treinador desafiou a imprensa a falar do lance. “Não tem mais pênalti a favor do Brasil? Falem agora! Só criticaram o do Fred”, disse.

O desabafo de Felipão tem a sua razão de ser. O treinador e outros membros do grupo da seleção acreditam que a repercussão do pênalti marcado em Fred, no jogo de abertura da Copa, prejudicou o Brasil, pois deixou os árbitros pressionados a não errarem a favor da equipe. Até por isso, a CBF divulgou um vídeo, no dia seguinte ao confronto com a Croácia, em que o atacante defendia ter sido derrubado no lance diante dos croatas e garantindo que a polêmica não ia tirar o foco dos jogadores.

Agora, com essa declaração de Felipão, a polêmica envolvendo o Brasil e a arbitragem ganha um novo capítulo, com o treinador dando a entender que, dessa vez, o seu time foi prejudicado. Seguindo o mesmo tom do chefe, o zagueiro e capitão Thiago Silva culpou a repercussão do pênalti da estreia pela não marcação da suposta falta em Marcelo. “Acabou tendo influência no pênalti que não foi dado”, disse.

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Envolvido diretamente no lance, Marcelo garantiu que foi derrubado. “Ele me puxou. Se não puxasse, eu chegaria na bola”, avisou o lateral-esquerdo. Ele, porém, descartou que a decisão de Nishimura possa ter influenciado Çakir. “Acho que não, os árbitros são competentes. Não tem nada a ver”, comentou.