Felipão muda e põe Anderson Polga na defesa

A seleção brasileira vai mesmo mudar. O técnico Luiz Felipe Scolari confirmou Anderson Polga como titular no lugar de Edmílson para o jogo de amanhã contra a China, em Seogwipo. “A entrada do Anderson Polga é uma opção que eu fiz para esta próxima partida.”

“Não acredito que tirando o Edmílson eu irei queimá-lo. Estamos apenas no começo da Copa”, comenta Felipão, sem dar muitos esclarecimentos sobre o motivo que levou Edmílson a perder o lugar no time.

Na primeira parte do treino, Felipão já promoveu a mudança no setor defensivo, colocando Anderson Polga na vaga de Edmílson. Insatisfeito com a movimentação dos atletas, o treinador gesticulou e gritou muito. “Vamos melhorar. Doze passes errados em cinco minutos. Assim não dá”, berrava Felipão.

Em 35 minutos de bola rolando, os titulares venceram por 1 a 0, gol de Juninho Paulista. Anderson Polga jogou o tempo inteiro e garantiu presença na partida contra a China.

Na segunda parte do treinamento, Felipão resolveu fazer testes. Ele alterou o esquema tático, abandonando o 3-5-2 e retornando ao tradicional 4-4-2. Para isso, sacou Anderson Polga e Ronaldinho Gaúcho e colocou Vampeta e Denílson.

A equipe ganhou em movimentação, mas a hipótese de usar esse esquema é mínima.

Trata-se de uma experiência para o segundo tempo das partidas. Os titulares fizeram mais um gol com Roberto Carlos e os reservas diminuíram com Ronaldinho Gaúcho, de pênalti.

Ricardinho ignora o fuso e treina bem

Silvio Barsettie Wagner Vilaron

Mal completou 24 horas em território coreano, o meia Ricardinho já sentiu que o ritmo da seleção brasileira é intenso. No treinamento coletivo para a partida contra a China, a segunda do time na Copa do Mundo da Coréia do Sul e do Japão, amanhã, às 8h30, em Seogwipo, participou durante todo o tempo entre os reservas. O jogador do Corinthians foi o último a se juntar ao grupo. Convocado na véspera da estréia, substituiu o volante e, até então, capitão Emerson, cortado por causa de uma contusão no ombro direito.

O fuso horário de 12 horas a mais, principal preocupação da comissão técnica em relação à adaptação do atleta, parece não ter sido um problema tão sério como se imaginava. Ao chegar ao campo de treinamento do Ulsan College, local escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para as atividades técnico/táticas, Ricardinho se mostrou tranqüilo. “Olha, para falar a verdade, não estou sentindo nenhum problema relacionado ao fuso”, disse. “Dormi bem, me alimentei bem e estou me sentindo muito à vontade com o resto do grupo.” Um dos fatores que contribuíram para facilitar a adaptação do meia corintiano foi o horário que chegou à Coréia. O desembarque aconteceu no fim da tarde de quarta-feira (manhã no Brasil) e a chegada no hotel onde a delegação está concentrada ocorreu por volta das 17 horas.

Ricardinho ainda se dirigiu ao campo de treinos para uma corrida de 30 minutos. Logo em seguida, jantou e às 22 horas recolheu-se para dormir dentro do horário normal. O problema seria se sua chegada ocorresse pela manhã. Nesse caso, a comissão técnico teria de criar alternativas para impedi-lo de dormir durante o dia. Normalmente, nesses casos, apela-se para as atividades na piscina.

Segundo o médico da seleção, José Luiz Runco, a condição física de Ricardinho não o impedia de participar do coletivo. “Ele veio do Japão. Não chegou direto do Brasil”, explicou o médico. No entanto, os exames médicos do atleta ainda não foram realizados. “A avaliação geral vai ser feita da segunda-feira. A Copa já começou”, disse o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan. “Mas ele (Ricardinho) se encontra bem. Estava treinando”.

Presente

Ainda espantado pela maneira rápida como tudo aconteceu até sua chegada à Coréia, Ricardinho ainda está naquela fase na qual tudo é motivo de contemplação. Ao ser questionado se o fato de ter sido surpreendido durante as férias pelo chamado de Felipão e de ter “pego o bonde andando” poderia ser prejudicial, o meia foi categórico. “Não vejo nada de negativo nisso”, afirmou. “O fato de estar aqui não tem preço.”

Edmílson `queimado’ pelo primeiro jogo

Ulsan (AE) – Por causa da pressão, ansiedade e expectativa que cercam uma partida de estréia, o rendimento dos jogadores, não é de hoje, fica comprometido, sobretudo pelo aspecto psicológico. E com a seleção brasileira não é diferente. A equipe do técnico Luiz Felipe Scolari, embora tenha vencido a Turquia por 2 a 1, foi bastante criticada pelo fraco rendimento técnico, traduzido no exagerado número de passes errados e de finaliza-ções equivocadas. Em situa-ções como esta, é comum que surjam os chamados “bodes expiatórios”, ou seja, aqueles que acabam aparecendo como culpados. Justa ou injustamente, essa fama, desta vez, caiu sobre o zagueiro Edmílson.

Depois de ser criticado indiretamente pelo treinador ao longo da semana, ele acabou, como já era esperado, substituído por Anderson Polga. Scolari não escondeu de ninguém que não gostou de ver zagueiros saindo para o jogo com a bola dominada, utilizando-se de dribles. “Zagueiro que é zagueiro, dá chutão para o mato”, afirmou o treinador.

Na contramão, Edmílson rebateu ao dizer que esse não é seu estilo. “Não sou jogador de dar chutões. Gosto de sair com a bola dominada.” Além do aborrecimento por ter perdido a posição, há outro fator que pode agravar a situação do zagueiro. Como se diz no jargão do futebol, deixar a equipe em momentos como esse “queimaria” o atleta.

Em outras palavras, Edmílson correria o risco de ficar marcado com o responsável pelo fato de o time não ter rendido o que se esperava dele. Diante disso, o atleta procura se mostrar tranqüilo. “Não acho que sair do time vai me deixar queimado”, disse. “No Brasil é assim, nós temos sempre de matar um leão por dia.”

Fazer o quê?

Já o técnico da seleção disse que não pode se preocupar com problemas desse tipo. Segundo Scolari, a mudança é necessária para montar o time que considerar melhor para enfrentar os chineses. “Tenho 23 opções para jogar. Uma vez ou outra vou fazer”, disse. (SB e WV)

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