O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, explicou nesta quarta-feira que o início da preparação da equipe para a Copa do Mundo será focada em testes para detectar possíveis problemas físicos de jogadores, pois muito deles poderão chegar desgastados em razão do fim da temporada europeia, o que é uma preocupação da comissão técnica. Só depois disso, então, ele e seus auxiliares vão iniciar a preparação tática e técnica do grupo brasileiro.
“Ênfase na preparação será, nos primeiros dias, a testes. A partir deles vamos desenvolver um trabalho em conjunto para colocar esses jogadores na melhor condição física e técnica. Algumas correções serão feitas e para isso temos um grupo de trabalho muito bom”, disse.
Felipão, inclusive, explicou que a forma física dos jogadores pode influenciar na escalação da seleção brasileira, apesar de admitir que a base campeã da Copa das Confederações formará a equipe titular. “Essa base possivelmente será mantida no inicio da competição, dependendo de como os jogadores se apresentarem”, destacou.
A apresentação da seleção brasileira está marcada para o dia 26 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), onde a equipe vai se preparar para a Copa do Mundo, com início no dia 12 de junho com o jogo contra Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. Antes, o Brasil fará amistosos com o Panamá, em 3 de junho, no Serra Dourada, em Goiânia, e a Sérvia, três dias depois, no Morumbi, na capital paulista.
Felipão destacou a importância desses amistosos, mas também revelou que não se arriscará a usar jogadores que não estiveram em suas condições ideais. “Os jogos amistosos serão no sentido de deixar a equipe nas melhores condições. Vamos trabalhar para a Copa dentro de um projeto muito organizado”, afirmou.
O treinador do Brasil convocou 23 jogadores nesta quarta-feira, mas também irá revelar mais sete nomes na próxima semana, no dia 13. Ele não deu dicas sobre quais serão, além de avisar que outros jogadores podem ser chamados em caso de corte. “Não precisa ser daqueles sete. Posso chamar mais 10 mil jogadores que jogam em qualquer lugar. Vou priorizar todos os setores. Um goleiro, um zagueiro, dois meio-campistas, dois atacantes… Mais ou menos desta forma”, comentou.
Mas Felipão espera não precisar cortar jogadores em razão de lesão. O treinador se lembrou da situação vivida na Copa do Mundo de 2002, quando foi obrigado a excluir o volante Emerson na véspera da estreia no torneio. O meio-campista, então capitão e jogador de confiança do treinador, sofreu uma luxação no ombro e teve que ser cortado.
“Foi horrível aquele dia. Quando aconteceu aquilo, os primeiros minutos foram de atordoamento total. O que fazer? Como? E depois pensar num substituto, fazer uma análise… É uma coisa que não gostaria de viver novamente. Naquela oportunidade o Ricardinho foi bem no grupo, mas não gostaria de passar de novo por isso. São os piores 15 minutos de uma participação de seleção. E o Emerson era o capitão, acima disso. Tomara que não tenhamos nenhuma dificuldade agora”, disse.