O técnico Luiz Felipe Scolari minimizou nesta terça-feira os efeitos que os seguidos protestos feitos nas ruas do País nos últimos dias, assim como outros já programados para acontecer, têm para a seleção brasileira. Embora entre os motes das diversas manifestações esteja a revolta com os gastos públicos revertidos para a realização da Copa do Mundo de 2014, o treinador não vê a possibilidade de os torcedores se voltarem contra o Brasil já a partir desta Copa das Confederações, na qual o time nacional jogará novamente nesta quarta, contra o México, às 16 horas, na Arena Castelão, em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A da competição.
“A seleção é do povo, nós somos do povo, e acho que estamos dando aos torcedores o que eles mais querem de nós na seleção: que o time vá crescendo, que vá empolgando e possa representar o Brasil. Esse é o nosso trabalho e é isso que estamos fazendo. Não temos interferência nas outras áreas”, acredita Felipão, separando o lado esportivo da seleção do relacionado ao Brasil como organizador da Copa das Confederações e da Copa de 2014.
O técnico ainda foi político ao dizer que é “comum e normal numa democracia” que o governo ou os organizadores dos grandes eventos aceitem as manifestações. Ele disse torcer, porém, para que os protestos sejam pacíficos. E, disposto a novamente ter a seleção apoiada pela grande maioria dos brasileiros, o treinador admite que hoje vive um processo de reconquista dos torcedores, pois a seleção ainda luta para provar que merece a confiança e o apoio de tempos atrás.
“Nós estamos tentando nos aproximar para que realmente tenhamos um ambiente de seleção e uma relação muito estreita”, disse, para mais tarde enfatizar: “Temos que compor uma situação em que todos fiquem razoavelmente satisfeitos. Não tem nenhuma seleção que abre treino o tempo todo, a nossa abre”.
Já ao falar sobre o clima do jogo entre Brasil e México, o treinador disse esperar encontrar o mesmo “ambiente cordial e espetacular” entre os torcedores que viu na partida entre México e Portugal, na primeira fase da Copa de 2006, em Gelsenkirchen, na Alemanha, quando então comandava a seleção portuguesa.
Apesar disso, torcedores já programaram um protesto dentro da Arena Castelão nesta quarta, quando prometem cantar o Hino Nacional de costas para o campo de jogo e exibir cartazes contra a corrupção no Brasil. Antes disso, a partir das 10 horas da manhã, eles farão uma manifestação nas proximidades do estádio em um ato do movimento intitulado “Mais Pão, Menos Circo”.