A vitória por 3 a 0 sobre o Japão, obtida no último sábado, em Brasília, no jogo de abertura da Copa das Confederações, não deixou Luiz Felipe Scolari iludido para a continuidade da competição. Embora tenha confirmado nesta terça-feira a mesma escalação da seleção brasileira que entrou jogando diante dos japoneses, conforme já era esperado, o técnico destacou que será preciso melhorar o nível de atuação diante do México, nesta quarta, a partir das 16 horas, na Arena Castelão, em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A do torneio.
O comandante lembrou que irá analisar os dados coletados por Alexandre Gallo – técnico que trabalha nas seleções de base e está atuando como “espião” do Brasil na Copa das Confederações – no jogo entre Itália e México, disputado no último domingo, no Maracanã. E Felipão enfatizou que os mexicanos possuem uma dinâmica de jogo que exigirá muito dos brasileiros.
“Vamos conversar bastante hoje (terça-feira) à noite, pois recebemos ontem (segunda) do Gallo, nosso auxiliar neste aspecto, que nos passou uma série de informações e slides que iremos observar com os jogadores. O estilo do jogo do México é bem diferente, o esquema tático é bem diferente, a proposta é bem diferente. Se não trabalharmos rápido a bola, passaremos muitas dificuldades”, destacou.
Felipão também enfatizou que os mexicanos têm uma motivação especial ao encarar o Brasil, sendo que nos últimos tempos o rival tem levado vantagem – além de ter batido a equipe olímpica de Mano Menezes por 2 a 1 na final dos Jogos de Londres, superou o time nacional um pouco antes daquele duelo, em junho de 2012, por 2 a 0, em amistoso disputado em Dallas.
“Tenho ideia de como joga o México, e pode ser que contra o Brasil exista uma superação mental para provar que estão em uma evolução muito melhor do que a nossa”, disse o treinador, ao mesmo tempo lembrando que o Brasil precisa saber fazer valer o fator campo e a sua categoria. “Devemos saber todas as qualidades dos nossos adversários, mas vamos na medida do possível tentar impor o nosso estilo”, projetou.
Para Felipão, o Brasil precisa se manter em constante evolução, embora admita que o time vem dando sinais de melhora desde quando reassumiu o comando da seleção. “Nós ganhamos esses últimos dois jogos (ambos por 3 a 0, no amistoso contra a França, e na estreia contra o Japão), mas ainda falta alguma coisa, algumas situações a serem trabalhadas para que possamos dizer ‘estamos prontos'”, opinou.
O discurso cauteloso do treinador para o jogo desta quarta-feira não é para menos, pois ele foi derrotado pelo México em 2001, quando fracassou com o Brasil na Copa América daquele ano. Depois disso, porém, comandou Portugal na vitória por 2 a 0 sobre os mexicanos, em Gelsenkirchen, na Alemanha, na Copa de 2006. E, no retrospecto geral do embate com o Brasil, o México ostenta uma vantagem de sete vitórias, três empates e apenas quatro derrotas em 14 partidas.