Nuremberg (AE) – A seleção portuguesa tem uma dupla missão, às 16h (de Brasília), em Nuremberg, diante da Holanda. Vencer e conseguir a vaga para as quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha e garantir a permanência de Luiz Felipe Scolari no comando da equipe até a Eurocopa de 2008, que será disputada na Áustria e Suíça.
Felipão tem um acordo verbal com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, para prosseguir seu trabalho nos dois próximos anos, caso o time alcance um lugar entre os oito primeiros do mundo. "Temos de honrar nossa colocação no ranking da Fifa", disse o treinador, referindo-se ao oitavo lugar.
A vitória neste domingo garante ao técnico brasileiro dois feitos históricos. Seria a segunda melhor participação de Portugal em quatro copas disputadas – chegou ao terceiro lugar, em 1966 – e aumentaria para onze o número de triunfos consecutivos do treinador. Foram sete com o Brasil em 2002 e três com Portugal na primeira fase na Alemanha. "Quero chegar aos 14 jogos", disse, brincando o treinador, na primeira semana de preparação em Marienfeld, local da concentração portuguesa.
O fato de ter a Holanda como adversário também eleva o moral português. Historicamente, Portugal se dá bem contra a "laranja mecânica". Foi assim na semifinal da Eurocopa de 2004, quando, em casa, os portugueses venceram a semifinal.
As estatísticas também vão a favor da equipe de Felipão. Em nove jogos, foram cinco vitórias portuguesas, três empates e apenas uma derrota, registrada em 1991, em Rotterdã, por 1×0, nas eliminatórias da Euro de 92.
Tudo isso ratifica o comentário dos jogadores. "Conhecemos o jeito da Holanda atuar", disse o zagueiro Fernando Meira. "Trata-se de um time rápido e que marca forte a nossa saída de bola", comentou o goleiro Ricardo.
Felipão preferiu amenizar os ânimos. "O time que vencemos há dois anos foi totalmente modificado pelo Van Basten. Será um jogo dificílimo. Podem ter certeza", afirmou o treinador, que soma 30 vitórias no comando da seleção portuguesa, em 46 jogos. Com Felipão no comando, o time empatou dez vezes e perdeu apenas seis jogos. O último, em fevereiro do ano passado, diante da Irlanda, por 1×0, em Dublin.
Deco treinou à parte durante a semana, ainda observado por causa de uma contusão muscular na coxa direita que o deixou de fora da estréia no mundial frente Angola. Mas sua escalação está garantida, ao lado de Figo, Nuno Valente, Costinha, Cristiano Ronaldo, que também foram poupados contra o México.
Marco Van Basten esconde o jogo
Nuremberg (AE) – O técnico Marco Van Basten faz mistério quanto à escalação para o jogo contra Portugal, mas confirmou que Boulahroz será titular. O jogador, de 24 anos e que chegou à Alemanha como reserva, entrou no time na vitória sobre Costa do Marfim e agradou ao treinador, que deve mandar Heitinga para o banco.
A defesa, inclusive, é o setor da equipe que menos preocupa Van Basten: foi vazada apenas quatro vezes nas últimas 15 partidas nas quais a seleção está invicta. No entanto, o retorno do atacante Robben será uma das novidades da Holanda para o confronto deste domingo. O ponta-direita canhoto foi poupado no empate com a Argentina, em Frankfurt.
Van Basten ainda não definiu o restante da equipe, mas estuda escalar Kuyt e Van der Vaart nas vagas de Van Bommel e Van Nilsterooy, respectivamente. A Holanda não perde uma partida oficial desde 2004, quando foi eliminada na semifinal da Eurocopa justamente por Portugal.
Inglaterra ofensiva contra Equador
Juliano Costa
Stuttgart (AE) – A Inglaterra sabe que o Equador será um daqueles adversários "chatos", que jogam fechadinhos, sonhando surpreender no contra-ataque – o jogo é em Stuttgart, ao meio-dia (de Brasília) de hoje. Por isso mesmo, o time inglês vai com tudo para tentar definir a classificação no tempo normal. A ordem do técnico Sven-Göran Eriksson é evitar a decisão por pênaltis.
Os ingleses nunca vencerem uma disputa por pênaltis em mundiais. Na marca da cal, foram eliminados das Copas de 90 e 98. O trauma do English Team se estende também à Eurocopa, onde coleciona duas eliminações.
Para que os pênaltis não sejam necessários, a Inglaterra confia nos gols de Wayne Rooney. Será o segundo jogo dele como titular, após ter ficado 47 dias parado por causa de uma fratura no pé direito. Rooney terá a seu lado o grandalhão Peter Crouch, de 2,01m, que substituirá Michael Owen. O único setor do time inglês com escalação divulgada por Eriksson é mesmo o ataque. Com lesões, o lateral Neville e o zagueiro Ferdinand são dúvidas. Se não puderem jogar, Carragher e Campbell serão os substitutos.
Mentalização
O técnico do Equador, o colombiano Luís Fernando Suárez, tem feito com que seus jogadores leiam passagens de alguns de seus livros favoritos para se sentirem "mais confiantes". Para o jogo contra os ingleses, a lição de casa veio do livro Da ignorância à sabedoria, de Jorge Bucay.
Sobre a partida, o técnico diz que "é fundamental manter a posse de bola o maior tempo possível". Suárez carrega de elogios o time inglês, mas afirma não temê-los. "Os ingleses são muito perigosos, é uma equipe completa, mas não os tememos", diz. A única dúvida do técnico equatoriano está no meio-de-campo: Edison Mendez, o cérebro da equipe, sentiu uma lesão muscular durante a semana. Se ele não puder jogar, Cristian Lara será o substituto. De resto, o time é o mesmo que venceu a Polônia, na estréia.