Criticado por parte da diretoria do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari admitiu nesta segunda-feira que recebeu uma boa proposta para se transferir para o Besiktas, da Turquia, na semana passada. Antes, havia sido sondado pelo Fluminense, pela seleção do Chile e por três clubes de Portugal. Felipão, contudo, reforçou que quer permanecer no clube brasileiro, mas não sem reclamar do “fogo amigo” na diretoria.

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“Tem alguns dirigentes do Palmeiras que dizem que, se eu pago a multa, posso sair. Isso me incomoda. Eles não valorizam o que é feito lá. Só se preocupam com determinado valor (seu salário), mas não veem as melhorias que estão feitas no clube. Podem ficar tranquilos: se eu sair, não vou cobrar nada do Palmeiras”, criticou, sem citar nomes, em entrevista à Sportv.

Apesar da reclamação, o treinador elogiou a administração do novo presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone. “A nova direção é ótima. O novo presidente ainda está tateando. É jovem. Precisa colocar em prática alguma coisas diferentes. Estou tentando ajudá-lo naquilo que eu sei. Vim para o Palmeiras com uma ideia. Não quero ir embora. Se quisesse, teria aceitado a proposta do Besiktas, na semana passada”, revelou.

Felipão admitiu ainda ter sido sondado por Celso Barros, presidente da Unimed, patrocinador do Fluminense. “Tenho amizade com o Celso Barros há muito tempo. Tive contato com ele e disse que eu estou no Palmeiras. Disse que eu tenho um projeto e é melhor não pensarem em mim”, afirmou o treinador.

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Com o objetivo de permanecer no Palmeiras até o fim de 2012, o técnico voltou a cobrar reforços da diretoria. “Eu tenho jogadores experientes e muitos jovens no elenco. Mesclando isso, deu para mudar a mentalidade da equipe, que era a primeira coisa a mudar. Ainda faltam um ou dois jogadores. Dos que faltam, um já está contratado: o Maikon Leite. Confio muito nele”, declarou.

“Se vierem esses reforços me cobrem o que quiserem me cobrar. Posso montar um espírito de qualidade nessa equipe para conquistar títulos, até o Campeonato Brasileiro”, disse o técnico, que admitiu ter procurado Adriano, contratado pelo rival Corinthians. O atacante teria sido procurado pela diretoria palmeirense em setembro de 2010. “É um jogador de muita qualidade. Acho que vale a pena apostar nele. O restante agora tem de vir dele”, disse Felipão, que tentou contratá-lo quando comandava o Chelsea, da Inglaterra.

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Questionado sobre sua saída do clube inglês, no início de 2009, Felipão voltou a atribuir sua demissão a problemas de relacionamento com os jogadores, mas negou qualquer conspiração do elenco. “Houve uma má condução minha em relação a dois ou três atletas. E o ambiente não foi o melhor. Acabei perdendo o domínio do grupo. O erro foi meu. Não houve sabotagem. Não acredito nesta história”, comentou.

Apesar de descartar uma possível sabotagem dos jogadores, o técnico admitiu guardar mágoas da diretoria do clube inglês. “Quando eu saí, estávamos classificados para a Liga dos Campeões e para a fase seguinte da Copa da Inglaterra. E estávamos bem no Campeonato Inglês, em segundo lugar. Não era tão ruim assim”, ponderou.