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Assistente assumiu a culpa, mas toda a equipe de arbitragem acabou suspensa.

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Corre para um desfecho inglório uma das situações mais inusitadas do nosso futebol. O gol de William que não existiu, consignado a favor do Atlético (e que gerou o empate em 2×2 com o Império, domingo, na Baixada), pode acabar gerando um único culpado – o assistente Rogério Luder, que assumiu o erro e pediu na tarde de ontem licença das escalas de arbitragem.

O árbitro José Francisco de Oliveira, o outro protagonista do caso, jogou a culpa no companheiro. A Comissão Estadual de Arbitragem afastou não só os dois, mas também o outro assistente (Marco Aurélio Paes) e o árbitro reserva (Bernélio Sérgio Lima).

Mesmo que houvesse chance (por crer-se que houve erro de direito), o presidente do Império do Futebol, Aurélio Almeida, descartou o interesse em pedir a anulação. "Isso só faria o problema aumentar. Nós temos que tentar encontrar soluções para esta situação", afirmou o dirigente do clube prejudicado, em entrevista à rádio Banda B. Almeida levou ontem à Federação Paranaense uma sugestão de controle externo da arbitragem. "Deveria haver um tempo maior para a avaliação do jogo, para que possíveis erros fossem detectados. É a hora de usarmos os meios eletrônicos para salvar o futebol", comentou.

De qualquer forma, a súmula será levada ao Tribunal de Justiça Desportiva. A anulação da partida, prevista no Código Brasileiro de Justiça, só aconteceria se José Francisco de Oliveira e Rogério Luder assumissem o erro deliberado. O caso se assemelha ao do jogo entre Coritiba e Vasco, no Brasileiro 2004 – Petkovic cobrou um escanteio, a bola bateu na trave e voltou para ele, o que é uma infração. O árbitro Rodrigo Cintra não marcou nada e no lance saiu o pênalti que deu a vitória aos cariocas. Cintra disse que não viu o lance e foi absolvido.

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Na história local, o árbitro ‘lavou as mãos’ nas entrevistas. "Eu não estava com a visão completa. E, por isso, confiei no meu assistente, que garantiu que tinha sido gol. Ele assumiu toda a responsabilidade, e eu joguei as minhas fichas nele", disse (em entrevista à Rádio Clube) José Francisco de Oliveira esteve nas outras duas crises da arbitragem estadual neste campeonato – primeiro, seu nome foi vetado pelo Malutrom no jogo de estréia contra o Paranavaí; depois, foi agredido por membros da comissão técnica do Nacional de Rolândia.

Luder, acuado, acabou assumindo a culpa. "Eu não vi o lance, mas para mim a bola havia entrado. Não percebi, como alguns dizem, que a bola tinha batido na placa de publicidade. Por isso, disse ao árbitro que o gol havia acontecido", afirmou o assistente, que ontem encaminhou à comissão de arbitragem um relatório dos acontecimentos de domingo e um pedido de afastamento temporário das escalas.

Duas versões

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Mais de 24 horas depois do jogo entre Atlético e Império, os personagens da história mudaram de posição – ou até esquecem o que fizeram durante o polêmico lance do gol. Os decididos William, José Francisco de Oliveira e Rogério Luder das entrevistas são diferentes do jogador, do árbitro e do assistente titubeantes do domingo.

Após a bola chutada para fora, o meia atleticano socou o chão e reclamou de si mesmo. "Depois, quando eu vi a bola atrás da rede, pensei que poderia ter sido gol. Aí, o Allan Bahia disse que era para eu comemorar, porque o árbitro tinha confirmado. Vendo pela TV, ficou claro que a bola não tinha entrado", afirmou, em entrevista à rádio Transamérica.

Londrina se irrita e pede árbitro de fora

Não foi só o Império que reclamou da arbitragem no último domingo. Se na capital houve um gol irregular para o Atlético, em Francisco Beltrão o Londrina queixou-se de que Jéferson estava impedido no lance que definiu a vitória do time local, por 2 x 1. ?É por causa desse tipo de árbitro que vou pedir árbitros de outros estados para os nossos jogos?, afirmou Agostinho Garrote, presidente do clube, após a partida.

O segundo gol de Jéferson (fora dele o primeiro) aconteceu aos 43 minutos do segundo tempo e, imediatamente, provocou um cerco dos londrinenses ao auxiliar Lídio dos Santos (o árbitro foi Marcos Tadeu Mafra), acusado por Garrote de ser o responsável pelo resultado. ??Muitos erros são cometidos por incompetência. Outros, por pessoas mal intencionadas. No caso dele, são os dois?.?

A derrota para o Francisco Beltrão deixou o Londrina em quinto lugar no grupo B, com 12 pontos. Como se classificam os quatro primeiros para as quartas-de-final, hoje o time estaria eliminado do estadual, onde não vence há cinco rodadas.

Dois atacantes

O Londrina anunciou a contratação de mais dois atacantes: Juari, que foi revelado no Santos, mas estava no Crac (GO); e Tiganá, formado nos juniores do Matsubara e que vem do Rio Preto (SP). Tão logo sejam registrados na FPF (Federação Paranaense de Futebol), um deles deve tomar a vaga de Bolão, que foi expulso nas últimas duas partidas.

Amanhã, às 20h30, o time treinado por Itamar Bernardes recebe o Malutrom, no VGD, tendo novamente o meia Nem e o volante Gian, que cumpriram suspensão.