Chuniti Kanamura
Onaireves Moura, no dia do lançamento oficial da tabela do Paranaense 2007. Pendengas podem atrasar o início da competição.

O Campeonato Paranaense de 2007 já tem data para começar, tabela de jogos divulgada, e até as partidas que terão transmissões abertas por uma rede de televisão – a RPC. Mas uma série de equívocos cometidos pela Federação Paranaense de Futebol – FPF, e Tribunal de Justiça Desportiva -TJD, ameaçam a realização da competição. Confira abaixo nove enganos cometidos até o momento.

continua após a publicidade

1) Ficou na gaveta –  Terminado o estadual 2006, o Toledo denuncia a escalação irregular de mais de dez jogadores por parte do União. O TJD ?engaveta? a denúncia, mas resolve levá-la a julgamento depois de ser pressionado pela imprensa. Tanto a Comissão quanto o Pleno dão vitória, de goleada, ao Toledo. No recurso, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD reverte a situação. Sentença: o TJD demorou para executar o julgamento. Até agora, o Toledo não conseguiu cassar a decisão.

2) União some – Em agosto, o União Bandeirante realiza uma assembléia, com ata e tudo, e define pelo fim do clube. Autoriza o Bandeirante Esporte Clube (novo clube da cidade) a utilizar suas dependências, mas não comunica a FPF. Assim, o Toledo se defende de uma ação, no STJD, contra um clube que não existia mais.

Por conta disso, a federação desfilia o União e dá a vaga ao Toledo.

continua após a publicidade

3) Fusão pra rolo – Adap, de Campo Mourão, e Galo Maringá resolvem fazer uma fusão, com o objetivo de criar a Associação Desportiva Atlética do Paraná/Galo Maringá, mas não comunica a FPF. Esta se sente obrigada a mexer na tabela do estadual já divulgada e multa o Galo Maringá (então extinto) em R$ 100 mil. A federação diz que o mando de jogo é da Adap, pois é dona do CNPJ apresentado na entidade.

4) Pressão política – A FPF recebe uma comitiva de União da Vitória, liderada pelo prefeito, pressionando para ficar com a vaga do Galo Maringá. O Engenheiro Beltrão pleiteia uma das duas vagas abertas na Série Ouro, sob a justificativa de que é o 4.º colocado da Acesso e o Iguaçu é ?fantasma? e ilegal, por não ter CNPJ.

continua após a publicidade

5) Canetada – A FPF envia ofício ao Engenheiro, comunicando que não poderia atender sua reivindicação, sob a justificativa de que já havia cumprido a Lei do Acesso quando colocou a Portuguesa Londrinense e o Cascavel campeão e vice na Ouro.

6) CNPJ falso – Dois dias depois, a FPF, após consultar o TJD, dá a vaga ao Iguaçu, de União da Vitória, que responde no tribunal a uma denúncia do Engenheiro Beltrão, de utilização de falso CNPJ. A essas alturas, o TJD mantém ?engavetada? a denúncia do Engenheiro Beltrão sobre o CNPJ. Nem clube, nem federação, nem CBF, enviam a contestação da denúncia. A federação ?esquece? do Francisco Beltrão que, assim como o Toledo, foi rebaixado da Série Ouro.

7) Baile – A afirmação de que a Adap é a dona da vaga na fusão, por ter sido o clube que mandou CNPJ (em vez de Galo Maringá) ridiculariza a entidade. Por este mesmo raciocínio, a vaga para União da Vitória deveria ser concedida à Sociedade Esportiva e Recreativa Iguaçu, existente na cidade, mas que nunca disputou jogos de futebol. Foi com o CNPJ desta que a Associação Atlética Iguaçu disputou a Divisão de Acesso, de acordo com o que divulgou a federação.

8) Mal na foto – Além de receber a comitiva política de União da Vitória, o presidente do TJD, José Roberto Hagebock, aparece em fotos participando da reunião de diretoria da entidade para decidir com quem ficam as vagas. Ao mesmo tempo, Hagebock informa à federação que nenhum dos casos envolvendo denúncias contra o Iguaçu resultaria em perda de pontos, numa espécie de sentença antecipada, sem que o caso seja colocado em pauta.

9) Panhoca entra na disputa – Por não concordar com os ?convites? feitos ao Toledo e ao Iguaçu, o Engenheiro Beltrão contrata o advogado Heraldo Panhoca, relator do Estatuto do Torcedor, e entra com ação no TJD tentando anular o início do Paranaense. Em caso de não conseguiu liminar do presidente do TJD, o Engenheiro Betrão vai ao STJD. Ainda assim, se não obtiver sucesso, promete acionar a federação para se ressarcir de todas as despesas da Divisão de Acesso, sob a alegação de que cumpriu todas as exigências durante a competição.