Farah não quer volta dos estaduais no ano que vem

São Paulo (Lancepress!) -O presidente da Federação Paulista de Futebol e da Liga Rio-São Paulo, Eduardo José Farah, não quer falar, agora, sobre o caso mais espinhoso: o contrato entre Globo e FPF, que teria sido intermediado por seu amigo Bruno Balsimelli. Segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, Balsimelli teria embolsado R$ 2,2 milhões pela intermediação.

O problema é que Marcelo Campos Pinto, o executivo da Globo Esportes, afirmou à “Folha” que o intermediador não participou das negociações. Farah não fala, mas suspeita de que Campos Pinto não tenha dado apenas essa declaração à “Folha” – mas, sim, a história inteira. E está se municiando para contra-atacar.

Pretende demonstrar (como já adiantou nesta terça-feira o colunista Juca Kfouri) que Balsimelli participou de reuniões com o próprio executivo da Globo.

Sobre outros assuntos, porém, Farah fala. Não está gostando nem um pouco, por exemplo, da idéia de ter que acabar com o Rio-São Paulo, como está previsto no novo calendário proposto pela Globo e CBF. Não quer voltar ao antigo Paulistão. – O Marcelo Campos Pinto veio aqui para me pedir, contra a vontade da maioria dos clubes paulistas, que fosse criada a Liga e que o Rio-São Paulo fosse a competição principal. Cumpri à risca. Temos um contrato que não foi rescindido – irrita-se.

Farah recebeu o Lance! no prédio da Federação Paulista, que leva seu nome e do qual diz que terá dificuldade para sair, embora prometa fazê-lo no final do ano. Seu próximo destino pode ser a candidatura para a CBF, desde que possa “transformar o atual regime presidencialista num colegiado”.

Lancepress!

– O sr. encontrou-se com José Luiz Portella, que é uma espécie de “Ministro do Futebol”. Como foi a conversa?

Eduardo José Farah: É uma pessoa de altíssimo nível, que conhece bem futebol. Tem boas idéias e outras impraticáveis.

Lancepress!

– Por exemplo?

Farah:

Ele acredita que podemos implantar ingressos numerados de uma hora para outra. Eu sou a favor, mas isso só é possível gradualmente.

Lancepress!

– E quanto às sugestões que a Liga encaminhou para aperfeiçoar a Medida Provisória 39?

Farah:

São sugestões que fizemos ouvindo clubes. A MP tem pontos bons, as coisas estão caminhando e não vejo dificuldades. Mas há certas coisas que precisam melhorar. Os dirigentes devem ser responsabilizados apenas a partir de sua entrada. Temos que criar uma legislação especifica sobre os vínculos de atletas com clubes, que não pode ser a CLT. Enfim, é preciso criar um acordo de cavalheiros em torno da MP. É preciso que as pessoas concordem com certas coisas. A MP tem que ser feita sem cair em inconstitucionalidades, sem discriminar…

Lancepress!

– Mas o que poderia ser inconstitucional na MP?

Farah:

O fato de só clubes da Primeira e Segunda serem obrigados a virar empresa ou a impossibilidade de um clube se transformar em microempresa, mesmo que ele possa. É preciso examinar com cuidado.

Lancepress!

– E quanto à questão do passe? O próprio Ministério do Esporte está discutindo esse tema.

Farah:

A atual legislação tem que ser revista. O Portella me falou de estudos para criar uma proteção para atletas até 23 anos. É um tema que deve ser melhorado.

Lancepress!

– Como o sr. está vendo a proposta de calendário que a Globo está articulando com clubes e CBF?

Farah:

Os clubes decidem. Temos um contrato para o Rio-São Paulo que não vou rescindir. Fiz tudo à risca e agora querem voltar aos estaduais. O Rio-São Paulo foi um sucesso. E gostaria de saber se a Globo vai pagar mais por um Brasileiro mais longo do que o atual. Os clubes podem perder…

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