Sem marcar gols há 22 partidas, sumido dos treinamentos há cinco dias e flagrado constantemente nas baladas, o atacante Jô segue firme os passos do ex-jogador Adriano, que teve a carreira interrompida em função de uma série de confusões fora dos gramados. A própria família admite que perdeu o controle das atitudes do jogador quando ele está longe dos olhos da comissão técnica do Atlético-MG.
O novo capítulo envolvendo o atacante ocorreu um dia após o empate do Galo diante do Fluminense, na última quinta-feira, no Maracanã. Jô avisou que ficaria no Rio de Janeiro para resolver problemas particulares e não voltaria com o grupo para Belo Horizonte. O atleta combinou com o clube que iria treinar normalmente na sexta-feira. No entanto, não apareceu, alegando problemas pessoais. Na madrugada de domingo, foi flagrado no ensaio da escola de samba carioca Tradição, ao lado de amigos.
O contrato de Jô com o Atlético-MG, que o projetou para a seleção brasileira, vai até maio de 2016. Porém, em função das indisciplinas, é dada como certa a sua saída do clube ao final do ano. Até lá, Jô permaneceria no clube, treinando em separado para não “contaminar” e para “servir de exemplo” aos demais jogadores. “É uma situação que preocupa toda a família. A gente não tem como ficar atrás dele o tempo todo. Daqui a pouco a carreira dele vai ficar igual à do Adriano”, afirma o pai de Jô, Dario de Assis, de 59 anos, que assim como o filho já defendeu o Corinthians.
Além da família, a situação de Jô preocupa a diretoria e a comissão técnica do Atlético. O time mineiro é dono de metade dos direitos econômicos do atacante e teme perder dinheiro com a sua desvalorização. Oficialmente, a diretoria confirma apenas que já teve uma conversa com o jogador. No entanto, um posicionamento final ficará à cargo do presidente Alexandre Kalil. “Não vamos adiantar nada neste momento”, limitou-se Eduardo Maluf, diretor de futebol, nesta quarta-feira, quando o time mineiro recebe o Corinthians para tentar avançar às semifinais da Copa do Brasil.
Apesar de não antecipar a decisão, a expectativa é a de que o jogador seja mesmo afastado do grupo. O comportamento de Jô fora do clube preocupa a comissão técnica há muito tempo. Em agosto, o atacante também alegou problemas particulares para justificar faltas a alguns treinos. Na ocasião, ele pediu desculpas ao presidente Alexandre Kalil e acabou multado em 40% dos vencimentos, cerca de R$ 120 mil.
Antes disso, quando Ronaldinho Gaúcho defendia o Atlético, era comum torcedores flagrarem os dois jogadores em baladas na capital mineira. As fotos dos dois eram postadas nas redes sociais. A última vez que Jô marcou com a camisa do Atlético foi no dia 10 de abril, na vitória por 1 a 0 sobre o Zamora-VEN, pela Taça Libertadores. Para justificar a falta de gols, o atacante fala aos amigos que os problemas pessoais estariam afetando seu rendimento em campo. Ele estaria se separando da esposa. Porém, a família do jogador não confirma.