Oito amistosos – contra Angola, China, Turquia (2), Uruguai, Venezuela, Argentina e a Nova Zelândia. Duas viagens preparatórias, uma para Istambul, na Turquia, e outra para Buenos Aires, na Argentina. Esses foram os jogos que o Brasil fez em sua preparação para o 14º Campeonato Mundial. E só. Pouco para atletas que enfrentam um processo de renovação e não têm vivência fora do Campeonato Nacional.

A seleção brasileira raramente joga na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália – conhece e vive pouco o basquete internacional, situação que se reflete em competições como o Mundial. No ano passado, o Brasil disputou o Sul-Americano, a Copa América e o Goodwill Games. Os times da Europa – o continente tem um basquete de excelente nível – promovem um intercâmbio constante.

É certo que alguns jogadores começam a deixar o País para atuar no exterior. Mas esse é um processo retomado recentemente – o cestinha Oscar Schmidt, que viveu 13 anos na Europa, voltou em 1996. O pivô Anderson Varejão, de 18 anos, jogou alguns meses no Barcelona, Espanha, no ano passado, assim como Tiago Splitter, de 17 anos, que atua há 1,5 ano no país. Guilherme, de 22 anos, teve uma experiência na Itália, para onde deve segue de novo, desta vez com Marcelinho, após o Mundial (vão para o Rimini, da 2ª divisão).

Mas o Brasil passou uma década sem mandar seus jogadores para o exterior. E a seleção também não faz o intercâmbio devido. ?Há quantos anos ninguém vê um time do exterior, de clube que seja, vir aqui no Brasil para jogar basquete? Eu sou fã dessa geração, mas o que falta para o basquete brasileiro é intercâmbio, é rodagem. Não adianta tentar amaciar a carne no Mundial.?

A análise merece crédito, até porque é feita por um bicampeão mundial, Wlamir Marques, que estava nos títulos em 1959 e 1963. Wlamir observa que hoje, infelizmente, o público brasileiro conhece mais os jogadores da NBA, como Shaquille O?Neal e Kobe Bryant, do que atletas da seleção. ?Que pena, já vi o Ibirapuera lotar em jogos contra a Iugoslávia.?

 

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