Osmar Machado, pai do zagueiro Filipe, aguarda a chegada do corpo do filho, vítima de acidente aéreo na Colômbia, para velório coletivo na Arena Condá, em Chapecó. Informado de que deveria ir ao aeroporto recepcionar o presidente Michel Temer, ele mostrou indignação.
“Falaram que eu vou ter que sair daqui e ir até o aeroporto dar um abraço no Temer. Acho isso uma falta de respeito com as famílias. Se ele quiser que venha aqui. Isso é tão desrespeitoso que eu até acho que é mentira (a vinda do Temer)”, criticou.
O pai também afirmou que, após a cerimônia em Santa Catarina, a família irá realizar outro velório na Arena do Grêmio, no Rio Grande do Sul. Embora Machado tenha defendido a camisa do Internacional por 10 anos, foi o Grêmio quem ofereceu o espaço e entrou em contato com a família.
“Não que reclamar. Ou julgar. O Filipe tinha muitos amigos nos dois clubes. Mas quem nos contatou foi o Grêmio. Talvez por que o Inter tenha outras preocupações agora”, fala. Filipe Machado também teve uma breve experiência no Grêmio, dos 9 aos 11 anos.
Muito abalado, o pai de Machado fala que o filho estava vivendo um dos momentos mais felizes da sua vida. “Ele jogou em países de muito conflito, como o Irã, a Rússia e os Emirados Árabes… mas foi aqui que o pior aconteceu”, lamentou.
Em luto, Osmar também chamou o piloto da companhia aérea LaMia de “imbecil” e “ganancioso”. “Pena que o piloto não está vivo pra ver tudo isso aqui, tudo o que ele fez com a gente”, disparou. Segundo as investigações preliminares das autoridades colombianas, a queda do avião, que deixou 71 mortos e seis feridos, deve-se à falta de combustível.
Osmar revelou que fez o trajeto de sua cidade, Gravataí, para Chapecó de carro – e que muitas vezes pensou em “enfiar o carro embaixo de um caminhão”. O pai do zagueiro morto no voo da LaMia diz que não fez uma bobagem porque precisa ser forte e ajudar a esposa e as filhas.