O Paraná Clube de Roberto Cavalo “passou raspando”. Sob o comando do treinador, o desempenho do time é de G4. Em dez jogos, o Tricolor computou 20 pontos, aproveitamento de 66,67%, revelou destaques como Kelvin, Henrique e, mais recentemente, Fernando Gabriel.
Um novo momento que só faz aumentar as lamentações pela permanência na Série B por mais uma temporada. Afinal, onde o Paraná Clube errou? É difícil apontar um ponto específico, mas, tudo, no fim, se resume à falta de dinheiro.
O Tricolor mantém a segunda folha mais barata da Segundona (só perde para o ASA, seu adversário de sábado passado). Mas, apesar do orçamento modesto – cerca de R$ 350 mil por mês, segundo os dirigentes – fica a sensação de que o grande problema do Paraná foi não ter honrado seus compromissos.
Por conta de atrasos salariais, o grupo acabou se desmobilizando em momentos chaves. Um quadro que se escancarou na parada para a Copa e que só foi contornado a partir da chegada de Cavalo, do assessor do futebol Paulo César Silva e do aporte financeiro feito por alguns paranistas.
O fim da temporada torna inevitáveis comparações. O Coritiba está a um passo do título da Série B e garantiu com três rodadas de antecedência o seu retorno à elite. Na prática, trabalhou muito melhor que o seu rival. É claro, que muito dessa “competência” passa pela questão financeira. O
Alviverde tinha pelo menos R$ 6 milhões da tevê, obteve patrocínio e empréstimo da BMG e ainda um adiantamento da CBF. Com tudo isso, pôde trabalhar com um grupo mais qualificado. Mesmo com esses valores, bem acima da média da Segundona, o rival contratou menos e melhor.
O Paraná fecha o ano com um grupo de 39 jogadores e a maioria deles não ficará para o ano que vem. Se as negociações para reformas contratuais atingir o êxito pretendido pelos dirigentes tricolores, é possível que metade do grupo siga na Vila Capanema.
Hoje, apenas onze atletas têm vínculo para o ano que vem, sendo três deles apenas para o Estadual. Já no Coritiba, segundo o superintendente Felipe Ximenes, 2/3 do grupo seguirá no Alto da Glória para a disputa da Série A. “Sabemos que erramos e onde erramos. Não vamos repetir esses mesmos deslizes”, promete o diretor de futebol Guto de Melo.
Os dirigentes apostam na permanência de Cavalo e na montagem de um grupo mais enxuto, a partir da base atual, além da utilização de muitos garotos das categorias de base.
“Nosso grupo é bom. Tem carências, é claro, mas há qualidade e sobra comprometimento”, atesta o assessor do futebol Paulo César Silva. Sobre o elenco, mesmo com uma série de desfalques nas últimas partidas, Cavalo foi taxativo. “Se hoje estivéssemos na situação do Sport, com um confronto direto com o América-MG, iríamos buscar”. Sinal de que o técnico confia no elenco e no seu trabalho, que por dois anos consecutivos é marcado por números expressivos.
