São Paulo – Campeã mundial de tae kwon do na categoria até 72 kg e uma das maiores esperanças de medalha nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e nas Olimpíadas de Pequim em 2008, Natália Falavigna (Pinho Bril) tem pressa.
Vencedora do Prêmio Brasil Olímpico deste ano, a paranaense de 21 anos quer aproveitar os holofotes para atrair empresas dispostas a investir em sua carreira e no potencial de marketing que oferece em troca. ?Espero que os patrocinadores apareçam. Estou cansada de bater de porta em porta?, revela Natália, que não tem respaldo sequer de fabricantes de material esportivo.
Sem competir em torneios de maior relevância no Brasil desde que retornou da Espanha em abril, com o título mundial, Natália sente que precisa acelerar o intercâmbio com os grandes centros do tae kwon do para enfrentar as melhores do mundo de igual para igual. ?Só se amadurece dentro dos campeonatos. Quando você entra numa luta decisiva, precisa ter essa maturidade. E essa maturidade só se adquire disputando torneios?, lembra.
Natália é uma das mais cintilantes estrelas do programa ?Mulheres que fazem o Brasil brilhar?, lançado pela Bombril em março passado em reconhecimento e apoio ao esporte olímpico feminino. Menos de um mês depois, retribuiu com o inédito título em Madri. ?A Bombril tem sido muito importante para mim. Foi a única empresa que me procurou depois do quarto lugar nas Olimpíadas?, explica.
Terça-feira, Natália viveu uma noite inesquecível. Nem ela mesma acreditava que pudesse superar as ginastas Daiane dos Santos e Laís Souza na decisão do Prêmio Brasil Olímpico. Depois da cerimônia, na qual esteve acompanhada da mãe, Ana Maria, e da irmã, Paula, que chegara dos EUA naquela manhã especialmente para a solenidade no Rio de Janeiro, Natália levou algum tempo até pegar no sono no hotel.
De regresso a Londrina, onde voltou a morar e treinar com o técnico Fernando Madureira desde o mês passado, Natália foi recebida como celebridade. Atendeu à imprensa local e foi homenageada com uma salva de palmas pelos colegas de academia. A folga, no entanto, acabou. Ontem, Natália deveria se submeter a avaliações físicas e retomar os treinamentos em dois períodos de uma hora e meia, de manhã e à tarde.
Natália está de olho no Aberto dos Estados Unidos, marcado para o período de 16 a 19 de fevereiro em Houston (Texas). Sem novos patrocinadores, a viagem poderá continuar sendo apenas uma miragem. Até lá, espera que o projeto que está montando em companhia do técnico encontre receptividade. Natália quer contar com uma comissão técnica permanente e levar os principais integrantes aos torneios internacionais. Está levantando os custos e acredita ter os números fechados nos próximos dias.