A uma semana de entrar em funcionamento, o Parque Olímpico da Barra, coração dos Jogos, parece pronto para os visitantes, mas nem tanto para quem fica nos bastidores. Na área em que torcedores terão acesso, não há praticamente mais nada por se fazer. Em visita na manhã deste sábado, a reportagem só encontrou uma equipe ajustando uma caixa de som e dois pedreiros retocando o canteiro de um jardim. Nessa área, os trabalhos se concentram nos enormes espaços destinados à ativação das marcas dos patrocinadores.

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Já o chamado quintal do Parque, por onde circularão trabalhadores das mais diversas áreas, inclusive jornalistas, é naturalmente menos luxuoso. A área operacional da Olimpíada tem cabos, gradis, conteires e tendas por todos os lados, e há até mesmo algumas obras de construção civil.

A reportagem flagrou, por exemplo, pedreiros batendo concreto para rebocar uma parede em uma caixa de força, uma equipe ampliando a calçada de uma área externa da Arena Rio e outra construindo o que parece ser um canteiro. Há caminhões retirando lixo pesado e ainda bastante sujeira acumulada.

Nada fora do planejado, garante o Comitê Organizador. “É ajuste fino. A gente sempre vai ter obra civil durante os Jogos. A gente tem uma equipe para isso, para fazer uma pintura, ou mesmo uma obra civil. O parque tem 1 milhão e 200 mil metros quadrados”, lembra Gustavo Nascimento, diretor de instalações do comitê.

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As Arenas Cariocas 1 e 2 são as mais atrasadas e só vão receber atletas a partir de quarta-feira. “A gente só tá acertando os ajustes finais de iluminação. Ontem (sexta) a gente fez um teste de stress da energia, para ver como se comporta, e deu tudo certo”, conta Nascimento. Além disso, diz ele, falta “terminar o look” das três Arenas Cariocas, que estão na mão do Rio-2016 desde janeiro e receberam um total de nove eventos desde então.

Como elas estão fechadas, os ginastas, judocas e esgrimistas estão treinando no Parque dos Atletas, estrutura provisória montada na área gigantesca onde costuma ocorrer o Rock in Rio, também na Barra.

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Outros locais de competição já estão recebendo treinos de atletas. No velódromo, por exemplo, passar a ponta do dedo sobre a bancada onde trabalharão os jornalistas é certeza de sair com o dedo sujo. Há ainda bastante poeira, resquício da instalação da pista de pinho siberiano. A limpeza, lá, não pode ser com vassoura e, por isso, pelo menos uma dezena de funcionários da Comlurb passava pano úmido assento por assento na manhã deste sábado.

A explicação para a sujeira, diz o Rio-2016, é que a obra só terminou há três dias e ainda há poeira decantando. “É como quando a gente constrói uma casa. Você deixa tudo limpo, mas quando termina a mudança está tudo sujo. Você limpa de novo no ela está com um aspecto melhor. O que gerava pó parou na quarta e até segunda-feira está tudo resolvido”, prometeu Nascimento.

A obra mais atrasada encontrada pela reportagem foi a piscina de aquecimento do polo aquático, anexa ao Maria Lenk, e uma enorme caixa d’água provisória. Uma das suas bordas fica a cerca de 20 metros da enorme passarela que sai da estação Rio 2 do BRT. As grades só foram instaladas na última quinta-feira e, da passarela, ainda é possível ter contato visual direto com a piscina. Um pouquinho mais perto e seria possível saltar na água. Segundo o Rio-2016, ela ficou por último por ser temporária.