Fabrício acha estranho não repetir a boa fase que o consagrou no futebol Mineiro. |
Chegou a hora da definição para o meia Fabrício, do Atlético. Vindo do América/MG como uma das grandes promessas do futebol brasileiro e com moral de ídolo, o jogador amargou dois anos ruins no Rubro-Negro, tem sido vaiado pela torcida e ganha poucas oportunidades dos treinadores do clube. Agora, como provável substituto do ala-esquerdo Marcão, ele quer mostrar que pode decolar de uma vez ou buscar outros rumos no futuro próximo.
“Eu tenho trabalhado firme, fiz uma ótima pré-temporada e foi uma pena que no primeiro jogo houve algumas coisas (vaias) que a gente não esperava, mas eu estou com a cabeça tranqüila”, desabafa o meia. O jogador garante que entrou bem, apesar da contrariedade da torcida, e se apóia na força que o técnico Mário Sérgio lhe deu. “O professor até falou e ele ficou chateado também porque todas as vezes que eu entrei, fui bem. Eu me preparei bastante e espero que este possa ser o meu ano”, projeta.
Se não for como ele espera, a alternativa é buscar outro caminho para seguir a carreira. “Eu não posso perder mais um ano aqui no Atlético como foram os anos que passaram”, diz. De acordo com ele, um jogador não pode “sumir” como ele sumiu. “Infelizmente, não era o que eu esperava. Lá em Minas Gerais, fui duas vezes melhor lateral do campeonato, craque do campeonato, fui revelação, campeão da Sul-Minas, campeão mineiro e estava acostumado a só fase boa”, aponta.
Ele revela que pode ter-se abalado com as vaias na chegada ao clube. “Nunca tinha passado por uma situação dessas, mas estou tranqüilo, vou procurar desempenhar meu futebol e justificar a minha vinda para o Atlético.” Além da cabeça no lugar, Fabrício tem mais motivos para continuar lutando por um lugar ao sol no Rubro-Negro: seus pais estão passando um tempo com ele, esposa e filha em Curitiba. “Quando a família está por perto é um apoio que você tem a mais. A família é a base de tudo e eles vão ficar comigo para me apoiar e me incentivar.”
Se a torcida voltar a vaiar, ele diz estar bem preparado. “Tenho preparado bastante o meu psicológico já e espero que eles apóiem. Eu tenho certeza que eu posso render muito mais com eles apoiando, mas se eles vaiarem vai ser apenas mais uma vaia”, pondera. Dentro do próprio clube ele tem exemplos de jogadores que deram a volta por cima. “Aquele que crê em Deus pode com todas as coisas e, se o Senhor está comigo, eu não tenho que temer a torcida, a imprensa, ninguém não, e só entrar lá e mostrar meu futebol”, finaliza.
Muita conversa e mais três horas de treino
Uma cena comum em times em crise: jogadores, funcionários e comissão técnica reunidos num canto do gramado. Lavação de roupa suja, cobranças e explicações de um grupo à procura do bom futebol. Nada disso tem a ver com o Atlético em 2004, mas o técnico Mário Sérgio aproveitou o bom momento para aparar qualquer aresta e comemorar a liderança no grupo A do campeonato paranaense.
“O time está bem, conversamos apenas coisas boas”, disse o treinador rubro-negro já no anoitecer de ontem, no CT do Caju. Ainda procurando a formação ideal para a partida contra o Rio Branco, às 15h30 de domingo, na Arena, Mário Sérgio comandou um puxado treinamento técnico por quase três horas. Foram tabelas, conclusões e marcação individual de todo o elenco para que o percentual de aproveitamento da equipe continue aumentando.
Contra o Leão da Estradinha, o Furacão não poderá contar com o zagueiro Rogério Correia e o ala-esquerdo Marcão. Os dois tomaram o terceiro cartão amarelo e estão fora da última rodada do primeiro turno. Para a zaga, as opções são Fabiano e Ígor, já que Alessandro Lopes deverá retomar sua vaga e Ramalho permanece. Para o lado esquerdo, o meia Fabrício poderá voltar a fazer a função, mas o treinador poderá adaptar um volante na ala. A definição só deverá ser tomada no coletivo de amanhã à tarde, na Arena. Hoje, os jogadores voltam a trabalhar técnica e taticamente em dois períodos no CT.