A crise envolvendo a camisa 1 paranista ganhou novo capítulo. O Paraná Clube não consegue uma estabilidade no setor e nessa “onda” sobrou para Fabiano Heves. Titular ao longo do Paranaense e da Copa do Brasil, o jogador já não faz mais parte do elenco e passa a treinar à parte, na Vila Olímpica do Boqueirão.
Vai unir-se a Jonatas, Thyago Fernandes e Claudemir, outros “excluídos” no processo de reformulação do grupo. “Não me deram maiores explicações. Apenas fui informado que estou fora. Mas, saio com a consciência limpa”, desabafou Heves.
O goleiro disse que foi pego de surpresa ao ser informado sobre a decisão antes do treino da tarde, pelo gerente de futebol Beto Amorim. “Só me foi passado que houve uma reunião da diretoria e da comissão técnica e que eu não mais seria utilizado nesta Série B”, lamentou.
A diretoria procurou amenizar o fato, alegando que o clube não ficaria com quatro goleiros. “Houve um pensamento comum que, dentre as opções, deveríamos ficar com os dois garotos do clube, Gabriel e Luís Carlos e, diante disso, o Fabiano não mais será aproveitado”, justificou o diretor de futebol Paulo Welter.
O que teria pesado nessa decisão foram declarações de Fabiano Heves, após a derrota em Bragança Paulista. “Se fosse comigo ou com o Gabriel, seríamos afastados”, afirmou o jogador, indo no sentido contrário a tudo que falara o preparador de goleiros Renato Secco, que saíra em defesa de Mauro e também dos demais goleiros do clube.
Fabiano Heves disse que ficou magoado, num passado recente, ao perder a posição após falhar no jogo contra o Fortaleza (no primeiro turno). “Mas isso não afetou meu comportamento. Nunca deixei de treinar. É claro que me desmotivei, pois não entendia aquela situação”, admitiu.
O goleiro, em tom de desabafo, falou que sempre aceitou calado todas as decisões. “Acho que até calado demais. Nunca questionei ninguém por ter saído do time. Nunca procurei sequer a imprensa para reclamar de nada”.
Internamente, havia comentário de que Fabiano Heves não aceitou bem a chegada de outro goleiro, no caso Mauro, hipótese descartada pelo jogador. “Sempre fui muito profissional. Me dedicando e cumprindo os horários. Lutando por meu espaço”, disse Fabiano.
O goleiro, porém, se contradisse ao revelar que durante a pré-temporada, quando as especulações davam conta de que um goleiro “mais experiente” seria contratado, perdeu a concentração por não saber qual seria o seu futuro.
“Naquele momento, meu procurador procurou conversar com a diretoria, para definir uma renovação. E nunca foi recebido”, afirmou. “Mas entrei no Paraná como homem e é assim que vou sair. De cabeça erguida. Não vou pedir pra sair. Vou continuar treinando, mesmo à parte, cumprindo os horários, até o final de novembro, quando meu contrato se encerra. Só lamento que essa história poderia terminar de forma mais bonita”, arrematou Heves.