Fabiana Murer sentiu por bons minutos o gostinho de ser bicampeã mundial do salto com vara nesta quarta-feira, no Ninho do Pássaro. A brasileira mantinha a medalha de ouro até o último salto da cubana Yarisley Silva, que passou o sarrafo a 4,90m para faturar o título. Mas engana-se quem pensa que a veterana ficou frustrada. Pelo contrário. Murer igualou seu próprio recorde sul-americano e sabe que chegou onde poderia chegar.
“Eu estou muito, mas muito feliz por ter conquistado mais uma medalha em um Campeonato Mundial. Foi uma competição muito dura, de altíssimo nível e por isso estou muito contente com a minha medalha”, comentou Fabiana, que alcançou sua quarta medalha em Mundiais. Foi campeã em Daegu, em 2011, e também subiu ao pódio nos eventos indoor de Doha (ouro, em 2010) e Valência (bronze, em 2008).
Em Pequim, ficou com a prata porque, depois de superar o sarrafo a 4,85m e igualar o recorde sul-americano, não conseguiu se tornar a quarta mulher na história a saltar 4,90m. Yarisley fez isso pela terceira vez na carreira e se sagrou campeã mundial pela primeira vez.
“Eu sabia que teria que saltar acima de 4,80m para subir ao pódio. Depois de ter garantido a medalha, minha preocupação era melhorar a minha classificação. Estou contente por ter ganho a prata, saltei o meu recorde pessoal. Claro, queria ter superado os 4,90m. Fiz saltos muito bons, embora não tenha sido suficiente hoje, mas estou muito feliz”, afirmou.
A prata veio em um local mais do que especial. No mesmo Ninho do Pássaro, há sete anos, Fabiana Murer viu uma vara ser extraviada em plena final olímpica. A brasileira, que era candidata à medalha, não conseguiu superar o abalo psicológico e não passou de 4,55m. “Queria voltar para a China e para esse estádio, porque eu sabia que era um ótimo lugar para se saltar”, contou.