Fabiana Murer é homenageada e projeta novos feitos no salto com vara

Fabiana Murer, medalhista prata no Pan de Toronto e no Mundial de Atletismo no salto com vara, e Juliana Gomes dos Santos, ouro no Pan de Toronto nos 5.000 metros, foram homenageadas nesta sexta-feira pelo Clube de Atletismo BM&FBovespa. Elas atingiram as metas estipuladas pelo patrocinador e receberam uma premiação em barra de ouro (300 gramas). “Esse ano foi muito bom para mim, estou bem contente com os resultados. As primeiras competições foram difíceis, mas aos poucos as coisas foram acontecendo”, disse Fabiana.

Aos 34 anos, a atleta sabe que precisa se cuidar bastante para chegar bem na Olimpíada. “É muito difícil se manter no alto nível, competindo todos esses anos. Depende muito de mim, mas também da equipe que trabalha junto comigo”, contou, esperançosa de que pode se superar mais uma vez apesar da idade. “Eu continuo acreditando que posso melhorar minha marca, fiz saltos bons e percebi que posso chegar a 4,90 m e isso ocorre porque tenho melhorado minha técnica. O objetivo é superar meu recorde e deixar mais alto para que as mais novas tenham dificuldades de bater minha marca no futuro.”

A temporada dela foi muito boa. Além das duas pratas, atrás apenas da cubana Yarisley Silva, ela fez o recorde sul-americano indoor com 4,83 metros, no Meeting Top Perche, na França, e igualou o recorde sul-americano em pista descoberta, que é dela mesma, ao marcar 4,85 metros, sua marca pessoal que havia sido conquistada pela última vez em 2011. “Alcancei a minha melhor marca novamente, e fico muito contente”, completou.

Juliana, por sua vez, ficou emocionada com a homenagem, até porque tem uma história de superação na carreira, que foi interrompida por causa de uma gravidez. “Fiquei parada por um ano e meio, por causa de uma gestação, eu não competia, não treinava, mas acreditaram no meu trabalho. A rotina de ser mãe e ser atleta é muito dura”, explicou.

Ela confessou que tinha dúvidas de que poderia retornar às pistas em alto nível, mas festejou o resultado no Canadá. “O clube sabia que eu iria voltar, eu mesmo não sabia se teria essa capacidade, mas tinha um compromisso dentro de mim. Isso me deu motivação, não desisti e no Pan consegui chegar lá e sair com a medalha de ouro. Foi um sonho realizado.”

Juliana só lamenta ainda não ter vaga assegurada para os Jogos do Rio. “Não ter o índice olímpico não atrapalha, mas sei que sou capaz. Tenho um treinador que pode me ajudar a chegar nisso, não sei em qual prova vamos focar. Minhas expectativas são boas, para tentar no 1.500m, 5.000m ou 3.000m com obstáculos”, lembrou.

Quem também estava presente ao evento foi José Antonio Martins Fernandes, o Toninho, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo. Ele espera que o sucesso das atletas sirva de exemplo para os jovens e prevê bons frutos só para depois da Olimpíada no Rio. “A gente tem investido bastante e esperamos resultados. Ampliamos a base, queremos renovação e temos expectativa para os Jogos de 2020 e 2024, pois estamos fazendo um trabalho para crescer a nova geração, que é muito boa. Formar um atleta leva de dez a 12 anos”, afirmou.

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