Quando a F1 realizou seu primeiro GP, em 13 de maio de 1950, a possibilidade de uma corrida noturna com carros sem faróis era apenas um exercício de ficção. Pois mais de 58 anos depois, virou realidade.
Quando os 20 carros da categoria forem para a pista hoje a partir das 8h de Brasília, 19h em Cingapura, a noite terá virado dia. E ninguém vai precisar de farol para dirigir no primeiro GP no “escurinho” da história da F1, o mais esperado do ano pelo ineditismo e pelas surpresas que pode oferecer.
Graças a 1.500 refletores de luz com lâmpadas de 2.000 watts cada, espalhados pelos 5.067 m do circuito urbano de Marina Bay, os pilotos vão enxergar tudo. Terão uma luminosidade quatro vezes maior que a dos estádios de futebol, por exemplo. E não vão precisar se preocupar com reflexos incômodos. O projeto de iluminação, de acordo com seus responsáveis, prevê que ninguém terá a vista ofuscada, nem se rodar 180 graus com o carro.
O problema pode ser a chuva. Porque, aí, o reflexo das luzes no asfalto pode atrapalhar. E os serviços meteorológicos indicam que pode vir água no começo da noite. A classificação, amanhã, tem mais chances de acontecer no seco, pois acontece às 22h locais (11h de Brasília). A corrida, porém, começa mais cedo, às 20h.
Foram gastos mais de US$ 20 milhões para iluminar o novo circuito, que fica numa área comercial da cidade-estado de Cingapura. A pista tem 23 curvas, dez delas de 90 graus, verdadeiras esquinas. “Não vai ser fácil ultrapassar, por isso a posição de grid será muito importante”, disse Felipe Massa depois de conhecer o circuito a pé, de madrugada.
Os pilotos, aliás, vão virar corujas. Todos estão orientados a acordar bem tarde, depois do meio-dia, para poder trabalhar até alta madrugada. O treino que define o grid, por exemplo, acaba à meia-noite. Depois, todos se reúnem com técnicos e engenheiros, e tais encontros não levam menos do que três horas. Os mecânicos também vão varar a madrugada trabalhando.
Massa foi uma das atrações ontem em Cingapura, muito questionado sobre a possibilidade de ganhar o título por uma margem de pontos estreita, graças à punição a Lewis Hamilton em Spa. O brasileiro não se apertou. “Qualquer que seja o resultado do campeonato, será digno”, falou o ferrarista.