Até agora, são apenas suposições. Tudo que a F1 mostrou em 2009, em testes de pré-temporada e mesmo nos treinos livres que aconteceram nesta madrugada em Melbourne, será colocado a partir das 3h de amanhã, quando será definido o grid para o GP da Austrália, abertura do campeonato mais esperado dos últimos tempos.
Mais esperado porque fazia muito tempo que a categoria não mudava tanto suas regras, levando todas as equipes a iniciarem os projetos de seus carros a partir de uma folha em branco.
Nada da relação de forças que se viu nos últimos anos vale para este mundial. Afinal, voltaram os pneus slicks, a aerodinâmica foi restringida, instituiu-se o uso do Kers, serão apenas oito motores para toda a temporada, o uso de túneis de vento está limitado e os testes, proibidos.
Claro que, normalmente, num esporte como a F1, quem tem mais dinheiro leva vantagem quase sempre. Será o caso de Ferrari, Toyota e BMW Sauber neste ano.
Mas não o da McLaren, que errou a mão no projeto e já admitiu que, pelo menos nas primeiras quatro provas do campeonato, vai se contentar em andar no meio do pelotão.
Mas como todo mundo saiu do zero, os mais pobres também podem se dar o direito de sonhar. É o caso da Brawn GP, a maior atração do ano. Um time que, há um mês, não existia.
E que quando foi definida sua situação existencial – o engenheiro Ross Brawn assumiu o espólio da Honda, que em dezembro abandonou as pistas -, colocou seu carro na pista e ele se mostrou espantosamente rápido.
Assim, que ninguém estranhe se na madrugada de amanhã dois carros brancos, praticamente sem inscrições de patrocinadores, estiverem à frente de quase todo mundo no grid.
Rubens Barrichello e Jenson Button, seus pilotos, declararam-se apaixonados pelo modelo batizado como BGP 001, e foram colocados no topo da lista de favoritos por seus adversários, igualmente espantados.
Virou lugar-comum dizer que, neste campeonato totalmente novo, carro bem-nascido vai levar grande vantagem sobre os demais. Seria justo dizer, também, que resultados aparentemente surpreendentes de início de mundial poderão dar, sim, o tom de como será o restante do ano.