Não bastasse Lance Armstrong dizer que o doping no ciclismo era algo recorrente, fazia parte das regras do jogo, agora é o italiano Vincenzo Nibali que apresenta uma novidade ao mundo. O multicampeão, que já ganhou as três Grandes Voltas, afirmou nesta quarta-feira que é “comum” pegar carona em carros, como ele fez domingo na Volta da Espanha.

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“Negar o fato de que se agarrar ao carro para se recuperar depois de uma queda ou um acidente é um fato comum está dizendo uma mentira. É hipocrisia. Não estou dizendo isso para procurar uma desculpa para me justificar. Acontece com os ciclistas que se agarram à borracha (suporte para água), outros ao limpador. Para não serem vistos, enfiam a mão dentro, ou seguram no para-choque. Mas tudo bem, errei e paguei”, disse o ciclista, em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport.

Durante a segunda etapa da Volta da Trança, entre Alhaurín de la Torre e Caminito del Rey, na região de Andaluzía, o ciclista pegou uma carona ao se agarrar no carro de apoio de sua equipe, a Astana, para se desgarrar do pelotão de frente.

O movimento foi flagrado por um helicóptero da TV que faz a transmissão da prova. A decisão de expulsar o italiano foi tomada pela direção da prova após analisar as imagens e escutar os envolvidos na polêmica. Ciente do ato ilegal, a equipe pediu uma punição mais branda, como a penalização em 10 minutos, mas não foi atendida.

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“Estão me tratando como se eu tivesse assassinado um cristão. Não é assim. Alguém quer me fazer passar por um monstro e isso não está legal. Eu cometi um erro, ponto”, reclamou Nibali, apenas um dos seis ciclistas a ter títulos nas três principais competições de estrada do mundo – Volta da Espanha (2010), Giro D´Itália (2013) e Volta da França (2014).