Os organizadores dos Jogos Olímpicos esperam que o sucesso da Copa do Mundo ajude a Rio/2016 a captar, do setor privado, os recursos que faltam. As estimativas apontam para déficit de 30% entre a meta de arrecadação e o que já foi obtido.
“Realmente, antes da Copa, eles estavam com dificuldades”, disse, com exclusividade, o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), general Fernando de Azevedo e Silva, referindo-se aos integrantes do Comitê Rio/2016. “Eles têm esperança de que, com o sucesso da Copa, patrocinadores comecem a olhar para a Olimpíada”.
Por enquanto, a União não aportou nem serviços nem recursos. Mas Azevedo e Silva admite que ela poderá gastar até R$ 2 bilhões em recursos públicos com os Jogos, conta que seria dividida com Estado e município. “Mas vão (os organizadores) ter de justificar o motivo”.
Para ele, os atrasos em obras no passado não devem acarretar no encarecimento das construções e afirmou que o orçamento não vai estourar. “Tivemos ensinamentos com o Pan e até com a Copa”, alegou. Segundo o general, as autoridades estão renegociando exigências das federações internacionais. “Se fôssemos atender a todas as exigências, não haveria dinheiro que pagasse”, alertou.
De acordo com Azevedo e Silva, a capacidade de algumas arquibancadas está sendo revista para baixo e até mesmo a forma de suprir energia para as instalações. Ele anunciou que, finalmente, a obra do Complexo Esportivo de Deodoro (que receberá 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas nos Jogos de 2016) terá seu início nesta quinta-feira, depois de anos de atraso. “Não estamos com folga (para a conclusão). Mas o passo principal já foi dado”.
O general, porém, não esconde que a entrega das obras no prazo o tem preocupado. “O tempo é implacável. Dia 5 de agosto de 2016 haverá a abertura da Olimpíada. Ninguém vai adiar isso”, afirmou.